A Câmara de Peniche, no distrito de Leiria, decidiu hoje ceder à Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) espólio do Museu Municipal relativo à história da Fortaleza para integrar o Museu Nacional da Resistência e da Liberdade.
O espolio a entregar à DGPC é constituído por 330 peças que integram o Museu Municipal de Peniche e está relacionado com a história da Fortaleza e com o funcionamento da cadeia política que aí funcionou durante o Estado Novo, refere a proposta da autarquia, a que a agência Lusa teve acesso.
A lista integra os cadernos, cartas e pinturas de António Dias Lourenço, que, 1954, protagonizou uma das sete fugas que ocorreram durante os 40 anos em que a Fortaleza de Peniche funcionou como prisão política.
Do conjunto, constam materiais confecionados pelos presos, jogos, livros e utensílios por si usados, cartões de visita, fichas de estudo, desenhos, poemas e apontamentos que elaboravam, cartas, postais e fotografias que recebiam ou enviavam, alguns dos quais retidos pela censura, e atas, como a da libertação dos presos políticos aí detidos, de 27 de abril de 1974.
Da lista, fazem também parte mobiliário das celas, fardas dos presos e elementos decorativos da capela existente no interior da Fortaleza.
Juntam-se ainda 42 conteúdos da exposição, que esteve patente naquele monumento até novembro de 2017, quando encerrou ao público para entrar em obras.
A proposta foi aprovada com os votos a favor dos eleitos independentes, do PS e da CDU e as abstenções do PSD, por estes discordarem que o espólio da capela seja integrado no acervo do futuro museu, explicou à agência Lusa o social-democrata Filipe Matos Sales.
A autarquia vai ainda transferir acerco de natureza bibliográfica e historiográfica associado à história da Fortaleza e da cadeira política, nomeadamente obras da Biblioteca dos Presos e outras sobre aquelas temáticas.
O espólio a transferir para a DGPC vai ser retirado do acervo do Museu Municipal para integrar o do futuro Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, que vai surgir nos pavilhões prisionais da Fortaleza de Peniche.
Em setembro de 2016, a Fortaleza de Peniche foi integrada pelo Governo na lista de monumentos históricos a concessionar a privados, no âmbito do programa Revive, mas passados dois meses foi retirada, pela polémica suscitada.
Em abril de 2017, a Assembleia da República defendeu em plenário, da esquerda à direita, a requalificação e a preservação da sua memória histórica enquanto ex-prisão política da ditadura.
Em abril de 2017, o Governo aprovou em Conselho de Ministros um plano de recuperação da Fortaleza de Peniche para instalar na antiga prisão da ditadura do Estado Novo o Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, um investimento estimado em 3,5 milhões de euros.
Em 2018, foram lançados concursos para obras, que estão a decorrer, o projeto de arquitetura de adaptação do museu foi entregue ao arquiteto João Barros Matos e o guia de conteúdos, composto por 11 núcleos, foi elaborado pela Comissão de Instalação dos Conteúdos e da Apresentação Museológica.
A fortaleza, classificada como Monumento Nacional desde 1938, foi uma das prisões do Estado Novo de onde se conseguiu evadir, entre outros, o histórico secretário-geral do PCP Álvaro Cunhal, em 1960, protagonizando um dos episódios mais marcantes do combate ao regime ditatorial.
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