A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estimou hoje que cerca de 36 por cento dos trabalhadores em todo o mundo trabalhem em excesso (mais de 48 horas semanais) o que contribui para problemas de segurança e saúde no seu emprego.
A conclusão consta do relatório “Segurança e Saúde no coração do Futuro do Trabalho: construir sobre 100 anos de experiência” que foi hoje apresentado em Genebra, mas cujo conteúdo integral será apenas publicado em 28 de abril, no âmbito da celebração do dia mundial da segurança e saúde no trabalho.
O estudo analisará as alterações no ambiente laboral, incluindo a automatização e digitalização, e de que forma estas produzem novos desafios na força laboral e consequentes problemas tais como ansiedade e depressão.
De acordo com dados de 2017 citados pela agência Efe, todos os anos morrem 2,4 milhões de pessoas por doenças relacionadas com o trabalho e 374 milhões sofrem acidentes de trabalho.
Segundo a especialista Manal Azzi, uma das responsáveis pelo estudo da OIT, embora se observe “uma maior prevenção para os riscos conhecidos”, existem alterações profundas nas relações laborais que precisam de novas adaptações para se continuar a avançar na prevenção.
“Precisamos de estruturas de segurança e saúde que reflitam estas alterações junto de uma cultura geral de prevenção que fomente a responsabilidade partilhada”, disse a responsável em conferência de imprensa.
Dados da OIT revelam que a perda de dias de trabalho relacionada com problemas de segurança e saúde laboral custa à economia mundial perto de 4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), indo até aos 6 por cento nos países mais afetados.
A OIT aborda ainda outros fatores que têm surgido associados a novos riscos laborais, tais como as mudanças demográficas (por exemplo o envelhecimento da população), as alterações climáticas, entre outros.
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