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Pelo menos 3000 pessoas retiradas após onda de violência na Papua indonésia

Pelo menos 3.000 pessoas foram retiradas e outras 8.000 aguardam para sair da província de Papua, na Indonésia, após uma onda de violência em que 33 pessoas morreram, indicou hoje o Exército.

O processo de evacuação está a decorrer em aviões militares da cidade de Wamena, o epicentro dos distúrbios, até Jayapura, capital da província de Papua, região onde a agitação civil se intensificou desde agosto e que vive há décadas um conflito de independência.

Segundo Eko Daryanto, porta-voz das Forças Armadas de Papua, a maioria dos deslocados e mortos, mais de 20, são emigrantes de outras províncias que sofreram a pior parte da violência, depois de ficarem presos nos incêndios que queimaram as suas casas e lojas em Wamena.

“A maior dificuldade para as vítimas é perder os seus pertences, não podem regressar, pelo que os seus Governos (provinciais) são os únicos que podem ajudá-los a sair de Papua”, afirmou Daryanto à agência noticiosa Efe numa conversa por telefone.

Os protestos em Wamena e outras partes de Papua começaram em 23 de setembro, depois de se espalhar a notícia de que um estudante do ensino secundário tinha recebido insultos racistas do seu professor.

Segundo ativistas da região, as forças de segurança usaram armas de fogo quando os protestos se tornaram violentos.

Em 23 de setembro, um soldado e três civis morreram, em Jayapura, em confrontos entre estudantes e forças de segurança, nos quais mais de 700 pessoas foram detidas.

A Amnistia Internacional denunciou a impunidade das Forças Armadas em casos de assassínio na Papua, bem como a restrição de acesso a jornalistas e académicos estrangeiros.

Desde 19 de agosto, muitas localidades em Papua assistiram a manifestações, algumas degenerando em tumultos com edifícios em chamas e confrontos com a polícia.

A agitação começou em reação aos incidentes racistas contra estudantes de Papua na Surabaya, a segunda maior cidade da Indonésia na ilha de Java, tendo sido também relançados os pedidos para um referendo sobre a independência.

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