Ciência

Cada peito de mulher é único e provoca ou combate o cancro

peito-cancro-da-mamaA mulher tem um ecossistema no peito e são algumas das bactérias aí presentes que determinam a probabilidade de vir ou não a sofrer de cancro.

A publicidade a iogurtes tornou a flora intestinal numa informação conhecida por todos. O que poucos sabem é que o peito da mulher também tem um ecossistema muito próprio.

Mesmo na comunidade científica era consensual de que o tecido mamário era estéril, do ponto de vista biológico, mas tudo mudou a partir de 2014.

Nesse ano, a Universidade do Oeste, no Ontário (Canadá), publicou um artigo sobre as comunidades de bactérias que vivem no peito da mulher.

Os homens não são chamados para este estudo por um motivo simples: na base da investigação estava a teoria de que os bebés que são amamentados ganham maiores resistências oncológicas.

Voltemos ao Canadá e às mulheres: investigando mais a fundo essas bactérias, os cientistas concluíram que o peito da mulher abriga um ecossistema de microrganismos.

Esses dados levaram a uma descoberta que pode ser fundamental para travar o cancro, num estudo que envolveu 58 mulheres que fizeram uma mastectomia (45 a tumores benignos e 13 a malignos) e 23 mulheres sem qualquer sinal de cancro da mama.

As mulheres com tumores apresentaram concentrações mais elevadas de três bactérias (Enterobacteriaceae, Staphylococcus e Bacillus) que, segundo estudos anteriores, provocam danos na cadeia de DNA associados ao desenvolvimento do cancro, enquanto as mulheres saudáveis tinham concentrações mais elevadas de duas bactérias (Lactococcus e Streptococcus) com propriedades anticarcinogénicas.

“Isto indica que os microrganismos no peito, mesmo em pequenas concentrações, devem desempenhar um papel no cancro da mama, aumentando ou diminuindo o risco”, salientou um dos investigadores, Knvul Sheikh.

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