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Pedro Sánchez toma posse amanhã como primeiro-ministro de Espanha

O secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, toma posse na quarta-feira do cargo de primeiro-ministro de Espanha numa cerimónia presidida pelo Rei, Felipe VI, depois de ter sido investido hoje pelo parlamento, informou hoje a Casa Real.

A cerimónia, que se realiza às 11:00 (10:00 de Lisboa) na residência oficial de Felipe VI, no Palácio da Zarzuela, antecede a apresentação pelo primeiro-ministro nomeado da composição do próximo Governo de coligação entre o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) e o Unidas Podemos (extrema-esquerda).

O chefe do Governo deverá comunicar a lista de ministros na próxima semana, que em seguida também irão tomar posse perante o rei, segundo a imprensa espanhola, que cita fonte socialista.

Pedro Sánchez foi reconduzido hoje como primeiro-ministro pelo Congresso dos Deputados espanhol (parlamento), em segunda votação, pela maioria simples dos deputados do parlamento espanhol (mais votos a favor do que contra): 167 deputados a favor, 165 contra e 18 abstenções.

A investidura põe fim a quase um ano de paralisia política em que Sánchez liderou um executivo de gestão e a margem mínima de dois deputados que o elegeu leva a prever uma legislatura difícil.

Pedro Sánchez vai dirigir o primeiro Governo de coligação formado desde o começo da atual democracia espanhola, iniciada com a aprovação da Constituição de 1978, três anos após a morte do ditador Francisco Franco.

De acordo com várias fugas de informação, o Unidas Podemos deverá ser responsável por quatro pastas ministeriais do futuro executivo, entre elas uma vice-presidência para o secretário-geral do Podemos, Pablo Iglesias, e outra de ministro para o líder da Esquerda Unida e militante do PCE (Partido Comunista de Espanha), Alberto Garzón.

Por outro lado, duas outras vice-presidências deverão ir para as socialistas Carmen Calvo, que se mantém com as mesmas responsabilidades do executivo anterior, e Nadia Calvino, que também continua como ministra da Economia.

O programa do Governo de coligação minoritário prevê o aumento dos salários mais baixos e dos impostos sobre as grandes empresas, assim como a reversão da reforma do mercado de trabalho aprovada em 2012 pelo Governo de Mariano Rajoy, do PP (Partido Popular, direita).

Pedro Sánchez conseguiu ser investido depois de ter negociado a abstenção dos 13 deputados dos independentistas catalães da ERC, aceitando a criação de uma “mesa de diálogo” para resolver “o conflito político sobre o futuro da Catalunha”.

O chefe de Governo reconduzido tornou-se primeiro-ministro em junho de 2018, depois de propor uma moção de censura que derrubou o executivo minoritário de Mariano Rajoy muito fustigado pelos escândalos de corrupção de membros do PP.

O líder socialista dirigiu um executivo também minoritário até que foi incapaz, por falta de aopios, de aprovar, no início do ano passado, o Orçamento de Estado para 2019, tendo convocado eleições antecipadas.

O PSOE foi o partido mais votado em abril do mesmo ano, mas longe da maioria absoluta, não tendo conseguido formar um Governo com o Unidas Podemos, o que levou à repetição da consulta eleitoral que não alterou significativamente a relação de forças no parlamento.

Nas eleições de 10 de novembro último, para o Congresso dos Deputados, o PSOE teve 28,0% dos votos (120 deputados), seguido pelo PP com 20,8% (88), o Vox (extrema-direita) com 15,1% (52), o Unidas Podemos com 12,8% (35), e o Cidadãos (direita liberal) com 6,8% (10), ERC com 3,6% (13), com os restantes votos divididos por partidos de menor dimensão.

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