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Pedofilia: Vaticano mostra estatísticas e refere afastamento de 848 padres

igrejaigreja 600O Vaticano afastou 848 padres por abuso sexual de crianças. Depois de garantir à ONU que existem cada vez menos casos de pedofilia, o arcebispo Silvano Tomasi apresentou as estatísticas referentes aos últimos 10 anos, incluindo as 848 destituições.

O Vaticano apresentou ontem, durante uma sessão do comité das Nações Unidas contra a Tortura, as estatísticas compiladas ao longo dos últimos dez sobre os casos de pedofilia no clero.

Um dia depois do arcebispo Silvano Tomasi, embaixador da Santa Sé na ONU, ter dito que “a Igreja deve fazer a limpeza dentro de casa”, o Vaticano admitiu que, numa década, afastou 848 padres na sequência de abusos sexuais sobre crianças, tendo ainda aplicado sanções menores a outros 2572 religiosos.

Foi a primeira vez que uma das grandes religiões mundiais apresentou dados concretos sobre casos de pedofilia.

Numa sessão sobre a implementação de um tratado contra a tortura, o arcebispo Silvano Tomasi não rejeitou que a violência sexual sobre crianças possa ser considerada tortura.

Apesar da Santa Sé apenas poder aplicar o tratado dentro da cidade do Vaticano, o embaixador mostrou as estatísticas para comprovar que os casos de pedofilia no clero, desde que reportados, são sancionados independentemente do local no mundo em que ocorram.

Entre 2004 e 2014, o Vaticano recebeu mais de 3400 denúncias de abusos cometidos por religiosos consideradas credíveis. Só no ano passado, cita a Associated Press, foram reportados 401 situações.

Ao longo da última década, a Santa Sé afastou 848 padres e aplicou sanções menores (como uma vida de penitência ou oração) a outros 2572 sacerdotes.

Estas sanções menores, sublinhou Silvano Tomasi, implicam que o religioso seja “colocado num lugar sem qualquer contato com crianças”.

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