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Pedofilia: Bispo “estranha” que PGR abra inquérito porque Catalina “fez declarações idênticas há um ano”

catalina pestanaO caso de alegada pedofilia na Igreja, que, segundo a ex-provedora da Casa Pia, foi praticada por cinco padres da diocese de Lisboa, suscita estranheza a D. Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa. “Acho estranho que só agora se abra um inquérito, porque Catalina Pestana já fez declarações idênticas há um ano”, refere o bispo de Lisboa, à Rádio Renascença.

A denúncia de Catalina Pestana, ex-provedora da Casa Pia, sobre alegada pedofilia na diocese de Lisboa levaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) a instaurar um inquérito. Catalina Pestana apontou cinco abusos naquela diocese, a envolver igual número de padres. “Há casos de pedofilia. Só na diocese de Lisboa, conheço cinco”, disse a ex-provedora, que promete colaborar com o Ministério Público.

O bispo de Lisboa comentou a denúncia e o inquérito que a PGR determinou. E revelou estranheza. “Ela já fez declarações idênticas há um ano. Estranho que só agora seja aberto um inquérito, depois de há um ano Catalina Pestana ter insistido nesta existência [de alegados crimes de pedofilia na diocese de Lisboa]”, disse D. Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa, em declarações à Rádio Renascença.

O bispo recusou-se a tecer mais comentários. “Pelo respeito que tenho por Catalina Pestana, já disse que não comentava estas declarações”, afirmou ainda.

Em causa, segundo as declarações da ex-provedora da Casa Pia, estão cinco sacerdotes, que serão responsáveis por alegados atos pedófilos. Catalina Pestana diz que soube desses crimes por intermédio de uma associação, Rede de Cuidadores.

A denúncia surge na sequência da detenção do vice-reitor do Seminário Menor do Fundão, acusado de abusos sexuais de alunos menores. Foram os próprios que acusaram o padre, de 36 anos.

O caso caiu mal junto da Igreja. Manuel Morujão, padre e porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, instou a ex-provedora da Casa Pia a provar as suas palavras e a mostrar evidências de abusos sexuais de menores praticados por padres.

A PGR decidiu instaurar um processo de inquérito, que será levado a cabo pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

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