PCP critica PS e alerta contra maiorias absolutas
O PCP acusou hoje o PS de continuar “amarrado às submissões do grande capital” e da Europa e alertou para os riscos de uma maioria absoluta dos socialistas nas legislativas do próximo ano.
O porta-voz das críticas comunistas foi Carlos Gonçalves, da comissão política do PCP, que representou o partido, que tem um acordo parlamentar de apoio ao Governo minoritário socialista, no encerramento 22.º Congresso Nacional do PS, na Batalha, distrito de Leiria.
“Este congresso, no mais fundamental, confirma que o PS permanece amarrado a um conjunto de submissões ao grande capital e à União Europeia, que têm impedido de resolver alguns dos problemas nacionais”, afirmou.
Além do mais, Carlos Gonçalves não acredita que, se o PS estivesse sozinho do Governo desde 2016, tivessem sido conseguidos “avanços, conquistas, recuperação de rendimentos e de direitos” dos últimos dois anos e meio.
“Avanços, conquistas” que “não se devem tanto ao PS, mas muito mais à luta dos trabalhadores e do povo e, seguramente, à intervenção e à proposta do PCP”.
Olhando para o futuro e a afirmações de vários dirigentes socialistas, de que, mesmo com maioria, procuraria um entendimento com os partidos à sua esquerda, Carlos Gonçalves responde com uma pergunta em sentido contrário.
A pergunta é se “o PS, com uma maioria absoluta, estará disponível, de facto e não na propaganda, para discutir com o PCP coisas sérias”, disse.
“O caminho que leve até às últimas consequências os aspetos mais positivos desta governação e que seja capaz de dar uma oportunidade ao desenvolvimento, ao futuro, não passa por uma maioria absoluta do PS”, afirmou.
Exemplos de aspetos negativos dessas cedências ao “grande capital e à União Europeia” são, por exemplo, “manter situações como os juros absurdos da dívida, insuperáveis e impossíveis de satisfazer”.
A “quadratura do círculo”, de manter estas políticas e um entendimento à esquerda, é impossível, estimou o dirigente comunista.