Paulo Macedo, ministro da Saúde, lamentou que o Governo seja obrigado a tomar medidas “extremamente duras e difíceis para as famílias”, mas explicou que são “necessárias” enquanto os portugueses gastarem “acima do que podem contribuir”.

Paulo Macedo não contornou as medidas de austeridade reveladas, sexta-feira, pelo primeiro-ministro. Marcando presença no XXIII Congresso da Associação Latina para a Análise dos Sistemas de saúde, o ministro da Saúde acabou por comentar o tema que marca a atualidade: “enquanto gastarmos acima do que os portugueses podem contribuir com os seus impostos são necessárias”.

São medidas “extremamente duras e difíceis para as famílias”, reconheceu Paulo Macedo, mas “necessárias” para que o rumo governativo venha a dar resultados, nomeadamente com um “efeito positivo no abrandamento do desemprego e na competitividade das empresas”. Caso contrário, não haveria justificação “para medidas tão duras”.

Duras estão a ser também as negociações com os sindicatos médicos, com o ministro a admitir que ainda há arestas a limar, sobretudo quanto ao tópico dos aumentos salariais.

Quanto ao peso da Saúde no défice público, Paulo Macedo sublinhou que na área hospitalar houve uma redução de um por cento, que poderá atingir os 17 por cento se for concretizado um acordo com a indústria farmacêutica para a redução do preço dos medicamentos.

Como ministro da Saúde, Paulo Macedo foi confrontado com a hipótese do aumento da austeridade ter reflexos, mais ou menos diretos, na saúde dos portugueses. Na resposta, o governante salientou que “a recessão também faz mal à saúde”.

No XXIII Congresso da Associação Latina para a Análise dos Sistemas de saúde, subordinado ao tema “O medicamento nos sistemas de saúde”, participaram os anteriores ministros Luís Felipe Pereira (PSD) e Ana Jorge (PS), que evocaram as medidas que tomaram na área do medicamento quando exerceram funções governativas.