Cultura

Paula Rego expõe pela primeira vez em Vila Nova de Gaia

Vila Nova de Gaia vai receber, pela primeira vez, uma exposição da artista portuguesa Paula Rego, uma mostra de 60 obras que vai ser inaugurada no sábado e termina no dia 30 de abril, anunciou hoje a câmara municipal.

A parceria entre a autarquia gaiense e a Casa das Histórias Paula Rego, a Fundação D. Luís I e a Câmara Municipal de Cascais leva à Casa-Museu Teixeira Lopes dois períodos no percurso artístico da pintora, as décadas de 1980 e 1990, destacando-se um capítulo dedicado à personagem infantil Peter Pan.

“Esta série condensa todo um imaginário infantil, recriando um mundo de fantasia, de faz-de-conta sobre a fantástica história de Peter Pan, o rapaz que se recusava a crescer. Por outro lado, coloca-nos frente a frente com a vivacidade e a solidez do mundo imaginário da artista, onde as histórias ouvidas durante a infância funcionam como verdadeiras estruturas realistas que integram aspetos da sociedade e seus arquétipos”, descreveu a curadora Catarina Alfaro, coordenadora da Casa das Histórias.

O presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, acredita que esta exposição vai “reforçar a imagem da cidade como polo cultural de referência e ‘cidade das artes'”, acrescentando ainda que a autarquia tem “procurado estreitar relações entre os artistas, para trazer grandes nomes do panorama artístico nacional e internacional”.

Além desta exposição, Paula Rego tem ainda agendadas outras três mostras no Reino Unido até 2020, assim como duas em Madrid e Dublin, e também na Casa de Serralves, em setembro deste ano.

De acordo com Catarina Alfaro, investigadora da obra de Paula Rego, estão previstas exposições na Jerwood Gallery (13 de maio a 22 de outubro deste ano), na Milton MK Galllery (junho), na Scottish National Gallery (23 de novembro a 26 de abril de 2020), no Reino Unido, e no Irish Museum of Modern Art (25 de maio de 2020 a 01 de novembro de 2020), na Irlanda.

Além de Serralves, está também prevista uma outra exposição da artista em Madrid, no CEART – Centro de Arte Tomás y Valiente.

E, para a Casa das Histórias, em Cascais – que este ano completa uma década de existência -, entre julho e novembro deste ano será apresentada a mostra “Paula Rego: Obra Gráfica”, com curadoria de Catarina Alfaro.

A coordenadora do museu dedicado à obra da pintora disse à Lusa, quando do anúncio destas mostras, que 2019 e 2020 “vão ser anos muito importantes no percurso expositivo da artista no Reino Unido”, onde reside.

“Paula Rego continua a trabalhar no seu atelier, e está a desenvolver trabalho em formatos diferentes da pintura e do desenho. Serão uma bela surpresa”, revelou, sobre a artista portuguesa radicada no Reino Unido.

No ano passado, Paula Rego apresentou a sua primeira grande exposição individual em Paris, no Museu de l’Orangerie, que recebeu mais de 183 mil pessoas.

Nascida em Lisboa, em 1935, deixou Portugal ainda adolescente, durante a ditadura de Salazar, para fazer os estudos na Slade School of Art, em Londres, cidade onde se radicou e vive há mais de 50 anos.

Única artista mulher do grupo da Escola de Londres, Paula Rego distinguiu-se por uma obra fortemente figurativa e literária, considerada incisiva e singular pela crítica de arte.

Nessa época, Paula Rego conviveu com nomes de destaque da pintura como Francis Bacon, Lucian Freud, Frank Auerbach e David Hockney.

Foi na Slade School of Fine Art, onde frequentou o curso de pintura entre 1952 e 1956, que veio a conhecer o marido, o artista britânico Victor Willing (1928-1988).

Paula Rego foi distinguida em 2010 pela rainha Isabel II, com o grau de Oficial da Ordem do Império Britânico, pela sua contribuição para as artes.

Em 2016 foi-lhe atribuída a Medalha Municipal de Honra da Cidade de Lisboa.

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