Fórmula 1

Patrick Head recorda Williams

O Estoril Classic é uma oportunidade para rever alguns monolugares de Fórmula 1 icónicos, como o Williams F07B. O seu ‘pai’, Patrick Head também marca presença.

Uma das caras de equipa então sediada em Didcot era este engenheiro, que melhor do que ninguém pode falar do carro que deu à Williams a sua primeira vitória, no Grande Prémio da Grã-Bretanha pelas mãos de Clay Regazzoni.

Este triunfo em Silverstone foi o primeiro de muitos e antecipou o primeiro título da escuderia de Frank Williams, que surgira um ano mais tarde por intermédio de Alna Jones.

Agora, no Estoril Classic estão dois exemplares do memorável FW07, equipado com o motor Cosworth DFV, que explorava ao máximo o efeito de solo e os ‘venturi’ desenhados nos pontões laterais. Algo que tinha sido preconizado pela Lotus de Colin Chapman nas duas épocas anteriores.

O êxito de Regazzoni em terras de sua majestade impulsionou a Williams para uma temporada de ainda mais êxito, como recorda Patrick Head, então diretor técnico da equipa: “Iniciámos a temporada de 1980 com a intenção de competir com um carro chamado FW07B, a primeira corrida era em Buenos Aires, Argentina, e enviámos um FW07 standard para um teste a realizar antes”.

“Não fizemos qualquer teste com o 07B na Europa, que tinha flancos mais longos em compósito, em fibra de vidro/epoxy, e um sistema de saias diferente. Os flancos mostraram-se insuficientemente rígidos e o carro sofreu de muita oscilação o que o tornava impossível de pilotar”, sublinha o técnico britânico.

Head destaca como ele e a sua equipa tiveram de encontrar uma solução de recurso para encontrar formas de ‘saltar’ algumas etapas, com o caso do GP da Argentina a servir de exemplo: “Conseguimos colocar o Alan Jones num FW07, o que enviáramos para o teste, mas o Carlos Reutemann teve que de se qualificar num 07B. Ainda assim, mandámos para Buenos Aires um kit para converter esse carro num 07. O Carlos pôde exercer a sua influência para que os componentes passassem rapidamente pela alfândega”.

A corrida sul-americana teve algumas contrariedades para a Williams, mas equipa conseguiu demonstrar que o FW07 continuava a ser competitivo e uma referência na F1 daquela altura.

“No dia de corrida estava muito calor e o asfalto estava a ceder, portanto, a prova foi, um pouco, como um troço de rali. Para além disso, organizadores apararam a relva antes da corrida e todos os carros sofreram, devido a relva cortada nos radiadores. O Carlos acabou por desistir com os radiadores bloqueados, o Alan venceu a corrida, mas foi um teste de sobrevivência”, conta Patrick Head.

O técnico inglês explica também: “Corremos com o FW07 desde 1979 até o Grande Prémio da Bélgica (1980), em Zolder, quando introduzimos o FW07B, que tinha flancos em carbono, com muito mais rigidez, e outras alterações. Conseguimos conquistar bons resultados e algumas dobradinhas. O FW07, nas suas diversas formas, era um bom carro, competindo em 1979, 1980, 1981 e no início de 1982”.

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