Economia

“Passos sabe que Portugal precisa de ajuda adicional”, diz ex-ministro das Finanças

silva_lopesAntigo ministro Silva Lopes, ex-titular da pasta das Finanças, argumenta que “Portugal vai ter de pedir uma ajuda adicional”, em virtude da incapacidade de “voltar tão cedo aos mercados”. Silva Lopes refere que “Passos Coelho deve pensar assim, mas não pode dizê-lo”.

O reajustamento ao programa da troika é, para o ex-ministro das Finanças, uma fatalidade de que até o próprio primeiro-ministro já terá consciência. No entanto, diz Silva Lopes, a necessidade de um novo pedido de ajuda não pode ser abordada pelo chefe de Governo.

“Portugal vai ter que pedir ajuda adicional, porque não tem capacidade de regressar tão cedo aos mercados. Uma vez que o atual plano não é suficiente, resta o reajustamento ao programa da troika. Até o primeiro-ministro já o sabe, mas não o pode dizer”, defende o ex-ministro das Finanças, que participava numa conferência – ‘Assumir a responsabilidade pelo passado, Projetar o futuro’ – organizada pela Faculdade de Economia do Porto. As previsões de Silva Lopes apontam para um pedido de ajuda adicional “perto do outono”.

Estas previsões do ex-ministro das Finanças surgem numa altura em que a recessão em 2012 deverá agravar-se. A Comissão Europeia corrigiu as previsões que fizera em novembro, relativamente a Portual. O Produto Interno Bruno (PIB) vai recuar 3,3 por cento, mais 0,3 pontos percentuais do que a última previsão de Bruxelas, em novembro passado.

O Governo inscreveu no Orçamento de Estado uma recessão de três por cento. As previsões intercalares da Comissão Europeia são superiores e acompanham a tendência verificada na União Europeia.

Outro ex-ministro das Finanças comentou estes dados divulgados ontem. Miguel Cadilhe diz que esses números “estão em linha com os do Governo”, sendo que não devem provocar uma mudança de política. “Portugal tem que ter força e um bom comando, no sentido de superar este desfiladeiro árido e muito severo”, disse Cadilhe, considerando que “dificilmente encontraríamos um comandante melhor do que Vítor Gaspar”.

Em destaque

Subir