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Passos riscou Sócrates do debate com Costa e saiu-se melhor

A mudança de estratégia de Passos Coelho marcou o debate diante de António Costa, na manhã desta quinta-feira. Quem ganhou frente a frente no Museu da Electricidade, transmitido pela TSF, Rádio Renascença e Antena 1? Não é fácil encontrar uma resposta, mas, sem Sócrates na argumentação, Passos saiu-se melhor.

Depois de uma quase unanimidade quanto à derrota de Pedro Passos Coelho no primeiro debate com António Costa, o líder da coligação surgiu com um discurso mais forte e evitou nova derrota.

Pedro Passos Coelho e António Costa voltaram a debater, mas desta vez nas rádios. A grande nota a destacar é curiosa: José Sócrates saiu do discurso de Passos e António Costa perdeu com esse facto.

Foi evidente que o primeiro-ministro retirou Sócrates da sua estratégia para o confronto de ideias com o o socialista António Costa. E a decisão trouxe benefícios. O que abre caminho a uma questão: afinal, Sócrates é um obstáculo para Costa ou para Passos, nesta campanha?

O debate de hoje, registe-se, surge numa altura em que o ex-primeiro-ministro cumpre um aparente voto de silêncio. O mediatismo da alteração da medida de coação (para prisão domiciária) e é neste cenário que este segundo debate se realiza.

Mas outro dado pode ajudar a explicar esta pretação mais positiva de Pedro Passos Coelho. O social-democrata tentou confrontar António Costa com as suas propostas e com os números do socialista. E conseguiu, em alguns momentos, ganhar ascendente.

De resto, poucas novidades – ainda que não seja de somenos que esta foi a primeira vez que dois candidatos a primeiro-ministro debatem nas rádios. Costa manteve o registo do primeiro debate – confrontando Passos com a sua governação e destacando as medidas do programa que são bandeira para a campanha socialista.

O histórico debate das rádios fica marcado também pelo tempo perdido com a abordagem aos erros do passado (acusações mútuas) e pela dificuldade dos convidados em dar respostas objetivas sobre temas como a Segurança Social, por exemplo.

Mais: mostraram pouco interesse em discutir a Educação, apesar da insistência dos três jornalistas, Paulo Baldaia, Maria Flor Pedroso e Graça Franco, que conduziram o debate.

Um detalhe: Passos Coelho deixou entender que não se demitirá, se perder as eleições. E fê-lo quando propôs uma negociação pós-eleitoral com António Costa (sobre a Segurança Social), colocando como cenário uma vitória socialista.

Quem ganhou o debate? Repetimos: não é fácil encontrar a resposta, mas os eleitores indecisos não terão ficado mais esclarecidos, nesta quinta-feira.

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