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Passos e a “hipocrisia institucional” do FMI: “Vítor Gaspar tinha razão”

pedro passos coelho1Durante o debate quinzenal, o primeiro-ministro, Passos Coelho, foi confrontado com as declarações de Lagarde, que reconheceu erros do FMI no programa de ajustamento português. “Estranhei as declarações” disse Passos. E acrescentou: Vítor Gaspar disse um dia que havia hipocrisia institucional nestas instituições. Não posso deixar de dizer que estava cheio de razão”.

Pedro Passos Coelho citou Vítor Gaspar, nesta sexta-feira, durante o debate quinzenal, para lhe conceder razão, na questão dos erros do programa de ajustamento de Portugal. Lagarde disse que o programa deveria ter decorrido num prazo de tempo superior, assumindo erros do Fundo Monetário Internacional (FMI). Passos estranhou essas palavras.

“Estranhei porque vimos defendendo, há muito tempo, nas negociações com a troika, que os erros de partida do programa pudessem ser corrigidos. Estamos a defender há dois anos correções ao programa de ajustamento, no que respeita às metas”, disse Passos Coelho.

O primeiro-ministro considerou ainda que o FMI deveria ter sido “coerente e consistente” e ter vindo “ao encontro às pretensões do Governo português, que nas negociações com a troika defendeu um ajustamento dessas metas mais pronunciado”.

Passos Coelho citou o ex-ministro das Finanças. “Vítor Gaspar disse um dia – a propósito de declarações idênticas de Christine Lagarde – que havia uma certa hipocrisia institucional nestas instituições. Não posso deixar de dizer que Vítor Gaspar estava cheio de razão”, afirmou.

Recorde-se que, no Comité Económico e Social, em Bruxelas, Christine Lagarde defendeu, na passada terça-feira, que os resultados do ajustamento português seriam mais eficazes se fosse concedido mais tempo para os aplicar.

Apesar de surgirem os primeiros sinais de retoma – Portugal saiu da recessão técnica e apresenta bons indicadores, sustentados no consumo e nas exportações –, a diretora-geral do FMI considerou que a situação económica poderia ser mais positiva se o programa de consolidação não fosse aplicado de forma tão célere.

Christine Lagarde explica que o Fundo errou nos medidores do impacto da austeridade na economia, subvalorizando esse impacto. “Reconhecemo-lo porque o é uma questão de honra do FMI: reconhecer os seus erros”, afirmou Lagarde.

Christine Lagarde salientou, por outro lado, que o FMI foi “o primeiro a dizer que havia demasiada consolidação orçamental, demasiado rápido” e que seria necessário “dar mais tempo” a Portugal. Passos Coelho tem outra versão.

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