Passos Coelho está “condenado” a manter a coligação com Portas, segundo Marcelo Rebelo de Sousa, no seu comentário semanal na TVI. O professor vê o primeiro-ministro “enfraquecido” e considera ainda que não estão reunidas “condições para uma rutura” entre PSD e CDS.

Os últimos desenvolvimentos na coligação que forma o Governo vieram deixar Passos Coelho “enfraquecido”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa na TVI, ontem, no comentário que assina todas as semanas naquele canal.

Para o social-democrata, num cenário de aparente paz podre, “não existem condições” para que se verifique (paradoxalmente) “uma rutura”. Assim, Marcelo considera que Passos e Portas estão “condenados a viver abraçados” até ao final da Legislatura, já que o Governo não pode vacilar, sobretudo numa altura decisiva como esta.

Marcelo Rebelo de Sousa sustenta ainda que Paulo Portas deixou “Passos Coelho entalado”, depois de ter tornado pública a sua posição sobre a taxa social única. Passos afirmara que o ministro de Estado tinha conhecimento e aceitara a decisão de avançar com aquela taxa.

Paulo Portas corrige Passos e diz que não tinha alternativa a aceitar uma medida que não defende, pedindo ao primeiro-ministro para que reconsidere. Imediatamente, o PSD convoca os órgãos internos para avaliar a declaração de Portas e reagir.

A coligação com o CDS-PP pode ter ficado abalada, mas Marcelo Rebelo de Sousa entende que Passos não tem alternativa a conviver com ela, devendo agora responder a Portas “com categoria”.

Marcelo Rebelo de Sousa entende também que deve haver uma remodelação no Governo, promovida por Passos Coelho, numa altura em que as medidas de austeridade levaram centenas de milhar para as ruas e que existem sinais de rutura entre os cidadãos e o Governo.

O professor comentou esse protesto de sábado, revelando-se surpresa pela dimensão que a manifestação atingiu. Passos “deve recuar”, entende Marcelo.