O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defende a rápida conclusão do processo da ratificação do segundo pacote de ajuda à Grécia, para que seja evitado o risco de contágio a outros estados-membros.
Em entrevista ao jornal francês Le Fígaro, Passos Coelho defendeu que “se a Grécia cair, toda a União Europeia sofrerá efeitos colaterais”, com mais prejuízos para as economias mais fracas.
O primeiro-ministro coloca Portugal num nível de vulnerabilidade semelhante à da economia grega, que está à beira do abismo. Nesse sentido, Passos Coelho teme que a recuperação da economia portuguesa possa ressentir-se se aquele país não for ajudado.
Relativamente à recuperação portuguesa, será feita muito à custa das privatizações de empresas como a TAP, a Refer e a Galp, entre outras. Passos Coelho acredita que Portugal arrecadará cerca de sete mil milhões de euros.
Nesta entrevista, o chefe de governo revelou que há já investidores europeus, brasileiros, chineses e árabes interessados neste pacote de privatizações que o executivo preparou.
Não obstante este encaixe extraordinário que Pedro Passos Coelho prevê arrecadar, a classe média continuará a ser alvo de medidas de austeridade.
Os sacrifícios recairão sobretudo sobre esta classe, mas esse será o preço a pagar para que o país ultrapasse os graves problemas financeiros com que se defronta.