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Passos Coelho sai de cena. “Não é tempo de olhar para trás”

Pedro Passos Coelho renuncia hoje ao cargo de deputado. “Fizemos o que era essencial, tirámos o País da quase bancarrota”, resumiu, há dias, o anterior primeiro-ministro.

Sai assim de cena um dos mais controversos governantes da democracia portuguesa, que chegou ao Governo sozinho, chamando o CDS para o apoiar, e depois perdeu a maioria para a esquerda, apesar de ter coligado o PSD com os centristas.

“Creio que este não é tanto o tempo de olhar para trás e falar no passado”, salientou Passos Coelho, no último discurso como presidente do PSD, no mesmo congresso em que cedeu a liderança laranja a Rui Rio.

Na despedida do Parlamento, o deputado será recebido pelo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.

“Tenho muito gosto em receber o dr. Pedro Passos Coelho”, informou o socialista, através de uma declaração avançada pelo seu gabinete.

O encontro está marcado para as 14h45, na sala de visitas do presidente do Parlamento.

Do PSD à troika

Passos Coelho, ex-presidente da JSD e deputado desde 1991, começou a preparar a ascensão política no PSD em 2008, candidatando-se à liderança que foi então ganha por Manuela Ferreira Leite.

Estava preparado o terreno para avançar dois anos depois, ganhando as eleições diretas.

Presidente do PSD desde 26 de março de 2010, ajudou ao chumbo do PEC4 (Programa de Estabilidade e Crescimento), forçando a demissão do primeiro-ministro de então, José Sócrates.

Passos Coelho e Sócrates defrontaram-se então em eleições Legislativas, em 2011, com o PSD a ser o partido mais votado.

Sem maioria absoluta, o social-democrata fez uma coligação de Governo com o CDS, num mandato que ficou marcado pela intervenção da troika.

Depois desse trabalho conjunto, PSD e CDS concorreram juntos às Legislativas de 2015, sendo a força mais votada… mas sem maioria.

O Presidente da República à data, Cavaco Silva, convidou Passos Coelho a formar Governo.

A coligação Portugal à Frente governou o tempo suficiente para uma inédita união parlamentar à esquerda aprovar uma moção de rejeição ao programa de Governo.

Passos Coelho foi forçado a abdicar ao executivo, com a então denominada ‘geringonça’ a aprovar um executivo socialista, liderado por António Costa.

A queda do Governo fez cair o também presidente do PSD, ‘abatido’ por Rui Rio.

Pedro Passos Coelho, de 53 anos, sai agora de cena. Licenciado em Economia pela Universidade Lusíada de Lisboa, deverá voltar à gestão empresarial sem deixar de prestar atenção à vida política portuguesa.

No congresso do PSD em que deu o lugar a Rui Rio, fechou assim o discurso de despedida: “Disponham e até sempre. Foi uma honra muito grande ter servido Portugal, os portugueses e a todos vós”.

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