Passos Coelho, primeiro-ministro, diz-se “mal pago”, em entrevista ao Sol, mas acha “inoportuno abrir discussão” sobre os rendimentos dos políticos portugueses, numa altura em que pede “sacrifícios ao País”. Portugal paga o que pode aos políticos…
Em entrevista ao Sol, Passos Coelho respondia à questão: “Considera-se bem pago?”. A resposta foi objetiva: “Não”. A explicação surge de imediato. “Não creio que em Portugal os políticos sejam bem pagos, em comparação com políticos de países europeus”.
Não são bem pagos, segundo o primeiro-ministro, mas “serão pagos de acordo com o que o País se pode permitir pagar”. No entanto, Passos Coelho tenta desviar o assunto, numa altura em que está bem presente a declaração de Cavaco Silva, Presidente da República, que afirmou recentemente que não tinha rendimentos suficientes para suportar as despesas.
Para Pedro Passos Coelho, “é absolutamente inoportuno” abordar-se este tema dos fracos rendimentos da classe política “numa altura em que Portugal está a fazer sacrifícios grandes” e que, segundo o chefe do Governo, “vive com enormes restrições”.
No entanto, o primeiro-ministro não deixa de comparar os rendimentos dos políticos em Portugal com os europeus: “Quando comparado com outros países europeus, não creio que os políticos portugueses sejam bem pagos”.
Nesta entrevista ao Sol, é confrontado com a capacidade de pagar as suas próprias despesas. “Não vou responder a essa pergunta”, reage, por temer que a resposta seja associada ao “episódio que ocorreu com uma declaração do Presidente da República”. Passos não quer “entrar nesse jogo”.
