Pedro Passos Coelho justifica o chumbo do PEC por considerar que o Governo “falhou”. Na iminência de ser primeiro-ministro, o líder do PSD pede maioria e promete… austeridade, com provável aumento do IVA: “Prefiro mil vezes arranjar dinheiro através da receita sobre o consumo, do que ir às pensões”.
O líder do PSD concedeu a primeira entrevista após a demissão de Sócrates. Pedro Passos Coelho falou à SIC horas depois de ser conhecida a intenção do PSD em aumentar o IVA. No entanto, não confirma esta medida. Mas também não a desmente.
“Tudo o que é dito é suscetível de ser extrapolado. Eu disse que ninguém no seu perfeito juízo se pode comprometer com medidas, antes de conhecer a situação do país. Mas, se for necessário encontrar dinheiro, prefiro mil vezes recorrer à receita sobre o consumo do que às pensões”, afirmou Passos Coelho.
Com esta frase, o líder do PSD, sem querer, quase garantiu que irá subir o IVA, porque é conhecida a necessidade de “encontrar dinheiro” e restam poucas alternativas a um primeiro-ministro que não quer mexer nos rendimentos dos contribuintes. No entanto, Passos Coelho não se compromete: “Não vou dizer se vai haver aumento de impostos”.
O futuro Plano de Estabilidade e Crescimento do PSD “vai refletir as prioridades” do partido, que passam, também, por reduzir a despesa do Estado, o que não garante receitas imediatas. “Não podemos manter empresas públicas que consomem valores excessivos. O Estado deve dar o exemplo moral”, sustentou.
Passos Coelho considera que Portugal tem “uma janela de oportunidade para regressar ao crescimento económico”, desde que se “controle a despesa pública”. Mas para que o país possa avançar, é necessária uma maioria absoluta, que Passos pede, até porque “um partido minoritário não apresentou resultados práticos para a resolução dos problemas do país”, nos últimos meses.
