Os Passadiços do Paiva já são um marco turístico de sucesso, mas a Câmara de Arouca pretende explorar ainda mais o filão. A autarquia atribui amanhã, à Conduril, a construção de uma ponte pedonal suspensa 150 metros metros acima do rio, com 480 metros de extensão.
Em entrevista à agência Lusa, o presidente da Câmara de Arouca pretende que a estrutura esteja pronta “antes de terminado o verão de 2018”.
A ponte suspensa “vai estar apoiada por apenas dois cabos e ligar ambas as margens do rio na zona da Garganta do Paiva, permitindo apreciar a cascata das Aguieiras e a escadaria monumental dos Passadiços a partir de uma cota superior, já que todo o piso será totalmente transparente”, acrescentou José Artur Neves.
Por ser “uma obra especial, tecnicamente muito exigente”, só uma empresa apresentou oficialmente uma candidatura à obra, sujeita a dois concursos públicos.
“Como o primeiro concurso ficou deserto, tivemos que realizar outro logo a seguir, mas, mesmo assim, em cinco concorrentes só a Conduril apresentou um preço para a obra quando convidámos os candidatos a avançarem com valores concretos”, revelou o edil.
A ponte suspensa, orçada em cerca de 1,7 milhões de euros, vai chamar ainda mais turistas a Arouca, mas poderá fazer aumentar o preço do bilhete (um euro) para os Passadiços do Paiva.
“Mas isso ainda se está a estudar”, desdramatizou Artur Neves, desbobinando números: 350 mil visitantes só desde que o acesso passou a ser pago.
“A juntar às 200 mil pessoas que estimámos ter recebido entre junho e setembro de 2015, enquanto o percurso funcionou sem controlo de entradas até ser fechado devido a um incêndio, isto dá mais de meio milhão de visitantes nos passadiços”, lembrou o autarca: “Estes números demonstram bem que esta aposta foi um sucesso tremendo, revolucionou a região e resultou na maior atração turística do país na vertente de natureza”.
Foi em setembro de 2015 que a Câmara de Arouca teve de “repensar o modelo de acesso” aos Passadiços, na sequência de um incêndio que consumiu parte da estrutura.
“Chegámos a ter cá 5000, 7000 e 10.000 pessoas, o que entupia completamente as estradas, parava o trânsito durante horas e criava problemas de gestão muito complicados em caso de evacuação, por exemplo”, recordou Artur Neves, explicando que o controlo de entradas serviu para “garantir ao local uma afluência contínua, regrada, em que os parques de estacionamento estão adaptados à lotação diária dos passadiços, em que a hotelaria tem capacidade para responder à procura e em que não há pegada negativa sobre o ambiente”.
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