A Epila, uma marca de cosméticos, utilizou uma foto de Khalid Mohammed, um dos cérebros dos atentados do 11 de Setembro, em Nova Iorque. A empresa quis promover um spray depilatório com a imagem de um homem peludo e Khalid Sheikh Mohammed preenchia os requisitos. Mas a Epila não fazia a menor ideia de que o homem que dá a cara pelos seus produtos era um terrorista.

Uma empresa com sede na Turquia recorreu a uma imagem de um terrorista, cérebro dos atentados do 11 de Setembro. A Epila – que justifica a ação com um erro – recorreu a uma imagem de um homem peludo, com má imagem, para incentivar à depilação masculina.

Só que a cara escolhida foi a de Khalid Sheikh Mohammed, um dos responsáveis pelos ataques às Torres Gémeas e ao Pentágono, no ano de 2001, nos atentados que mataram mais de 3000 pessoas.

O diário turco Hürriet falou com o dono da Epila e confrontou-o com o facto de aquele rosto cheio de pelos – usado na campanha para o spray depilatório – ser um terrorista.

E a resposta foi um ingénuo “não sabíamos”. A fotografia apenas foi usada porque se tratava de “um homem com muitos pelos”.

“Jamais imaginamos que se pudesse tratar de um terrorista”, informou Mehmet Can Yildiz, garantindo que não conheciam Khalid Sheikh Mohammed.

A verdade é que aquela imagem correra mundo, em 2003, quando o paquistanês foi detido, naquele ano, e colocado em Guantánamo.

Sheikh Mohammed terá sido o responsável pela decapitação de um jornalista norte-americano, Daniel Pearl, um ano depois dos atentados do 11 de Setembro.

A Epila colocou a foto do terrorista (que continua naquela prisão) com uma mensagem a complementar o anúncio: “Se continuar à espera, estes pelos não vão desaparecer”