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Paróquia deposita sino no museu e reza para que os outros não sejam roubados

igreja_atouguia_baleiaUma igreja em Atouguia da Baleia ficou sem o sino secular, que agora só pode ser visto num museu. O aumento do furto de metais no concelho de Peniche levou a paróquia a optar por transferir o instrumento para um museu e agora ‘reza’ para que os larápios não se lembrem de ir roubar os sinos de outras igrejas.

As tentações demoníacas levaram a paróquia responsável pela Igreja da Nossa Senhora da Conceição, em Atouguia da Baleia, a retirar o sino secular da torre e a depositá-lo no museu da freguesia. O aumento dos casos de furto de metais no concelho de Peniche levou os responsáveis eclesiásticos a adotar esta medida de prevenção, transferindo este instrumento de 1891 para o Centro Interpretativo de Atouguia da Baleia.

“Uma vez que é um sino secular, achámos por bem expô-lo no centro interpretativo, em vez de o deixar na torre sujeito a outros perigos”, explicou o padre Gianfranco Bianco. O instrumento já não cumpria a função musical para que foi criado, pois encontrava-se rachado, mas o elevado valor patrimonial tornava-o bastante cobiçado.

Houve já uma primeira tentativa de assalto, na madrugada de 11 de abril, quando um grupo de indivíduos, já identificados como suspeitos, subiu à torre por uma escada rudimentar. A gula foi, neste caso, um pecado mortal: é que o sino de bronze pesa 200 quilos, mas para os derreter era preciso baixá-lo da torre e foi isso que alertou a população, pois o impacto da queda levou os vizinhos a alertarem a GNR.

“Como o objetivo não era guardá-lo, mas antes derretê-lo, os duzentos quilos de bronze iriam render muitos milhares de euros”, sublinhou o pároco, que reza para que os outros dois sinos “nunca deixem de tocar nas igrejas das aldeias por terem sido roubados”, até pela importância que têm na vida comunitária: “não estão mecanizados e são tocados à mão. Quando há festa, tocam a repique. É uma tradição que espero que se mantenha”.

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