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Parlamento português condena política dos EUA de separar crianças imigrantes dos pais

O parlamento português aprovou hoje cinco votos de condenação pela política da administração norte-americana de detenção e separação de crianças imigrantes dos pais na fronteira com o México.

Os textos apresentados por PS, PSD e CDS-PP recolheram a unanimidade do parlamento português, enquanto o texto apresentado conjuntamente por PAN e BE teve a abstenção do deputado do PSD Miguel Morgado e os votos favoráveis dos restantes parlamentares.

O voto apresentado pelo PCP, mais genérico relativamente a uma política que consideram “sistémica” dos Estados Unidos da América e que estende a condenação à política de imigração da União Europeia, foi votado ponto por ponto e só parcialmente aprovado.

De acordo com dados oficiais, cerca de dois mil menores imigrantes foram separados das famílias na fronteira com o México nas últimas seis semanas, devido à política de “tolerância zero” do Presidente dos EUA, Donald Trump, contra a imigração ilegal que implica tratar como criminosos os que entram no país sem documentos.

Na quinta-feira, Donald Trump assinou uma ordem executiva recuando na política e afirmando, em conferência de imprensa, ter ordenado às agências responsáveis que as crianças separadas sejam reunidas aos pais.

Nos últimos dias têm surgido nos ‘media’ internacionais relatos sobre a situação dramática vivida por estas crianças, que estão em armazéns convertidos em centros de detenção temporários e, em alguns casos, estão confinadas a espaços que são descritos como gaiolas.

Testemunhos de jornalistas, citados pela agência norte-americana Associated Press, dão conta de que centenas de crianças são mantidas em grandes caixas de metal, dentro de armazéns no sul do Texas, enquanto esperam pelos respetivos pais.

Esta política de separação de crianças e pais foi criticada pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e também pela Unicef.

Na terça-feira, o secretário-geral da ONU defendeu que as crianças “não devem ser traumatizadas ao serem separadas dos pais” e que “a unidade familiar deve ser preservada”, numa declarção, através do seu porta-voz Stéphane Dujarric.

No mesmo dia, reagiu o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF): “É de coração partido que vemos crianças, algumas delas bebés, em busca de refúgio nos Estados Unidos, separadas dos seus pais”, declarou Henrietta Fore, diretora executiva da organização.

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