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Parlamento do Iraque aceita demissão do Governo

O Parlamento do Iraque aceitou hoje a demissão do Governo de Adel Abdul-Mahdi, remetendo agora para o Presidente iraquiano a designação de um novo primeiro-ministro para este país que desde outubro último enfrenta uma vaga de contestação popular.

Esta formalização por parte do Parlamento acontece dois dias depois de Adel Abdul-Mahdi ter anunciado a sua intenção de renunciar ao cargo de primeiro-ministro, após o influente grande ayatollah Ali Sistani, a mais alta autoridade xiita do país, ter apelado à assembleia para retirar a confiança ao político e para pedir a sua substituição.

O apelo do ayatollah Ali Sistani surge após dois meses de contestação popular no Iraque, muitas vezes marcada pela violência, que já provocou mais de 420 mortos.

Desde 01 de outubro que dezenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas iraquianas, indignados com o que consideram ser a corrupção generalizada, a falta de oportunidades de emprego e os fracos serviços básicos, apesar da riqueza em petróleo do país.

As manifestações de protesto têm ocorrido sobretudo nas praças Tahrir e Khilani, na capital iraquiana (Bagdad), e nas províncias predominantemente xiitas do sul, contando com uma dura repressão das forças de segurança iraquianas.

A par das vítimas mortais, fontes médicas e de segurança iraquianas já contabilizaram cerca de 15.000 feridos (a maioria manifestantes) durante os protestos.

Este é primeiro movimento social espontâneo em décadas no Iraque.

Foi divulgado, entretanto, que um tribunal iraquiano condenou hoje à morte um oficial da polícia acusado de ter matado manifestantes, segundo indicaram fontes judiciais.

Trata-se do primeiro veredicto da justiça iraquiana desde que começaram os protestos.

De acordo com as mesmas fontes, o tribunal criminal de Kout, a sul de Bagdad, condenou à pena capital um major da polícia, tendo deliberado ainda uma pena de sete anos de prisão para um tenente-coronel.

Os dois oficiais foram acusados depois das famílias de dois de sete manifestantes mortos no passado dia 02 de novembro em Kout terem apresentado queixa.

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