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Parlamento cabo-verdiano pede “medidas urgentes” para salvar gado na ilha do Maio

O presidente do Parlamento cabo-verdiano, Jorge Santos, pediu hoje a adoção de “medidas urgentes” de salvamento do gado na ilha do Maio, para evitar “uma catástrofe” provocada pela seca que o país está a enfrentar.

O chefe da Assembleia Nacional fez o apelo no final de uma visita de três dias à ilha do Maio, onde disse ter constatado “uma grande fragilidade dos criadores” e o gado a dar “sinais visíveis de má nutrição”.

“Diria até de fome, porque há falta de água, de pasto e até de ração”, afirmou Jorge Santos, citado pela Inforpress.

O líder do parlamento constatou que o gado na ilha do Maio “está magro” e já “não está a produzir nem carne, nem leite e sem condições de ser abatido”.

Por isso, entende que são precisas “medidas urgentes” por parte dos poderes centrais e locais para “salvar o gado de morrer”.

“Estou em crer que a câmara municipal e o Governo estão sensibilizados e junto com a associação dos criadores trabalharem para encontrar soluções urgentes para mitigarem essa situação, antes que aconteça uma catástrofe nacional”, alertou.

Jorge Santos considerou que o problema não se resolve apenas com a ração, visto que os agricultores e criadores “sentem-se fragilizados”.

Na sua deslocação à ilha do maio, Jorge Santos constatou ainda a “situação difícil” por que passam os carvoeiros, que solicitam melhoria no acesso a floresta para produzirem carvão.

Os carvoeiros, segundo Jorge Santos, pedem também redução das taxas que lhes são cobradas, principalmente nesta época “difícil” que se vive na ilha do Porto Inglês.

“Esses carvoeiros, num total de 128, também são agricultores e criadores de gado e é tudo uma forma de mitigação dos efeitos do mau ano agrícola e aqui não se pode falar da resiliência, porque já estão no limite das suas resiliências e das suas capacidades de resistência”, notou.

Cabo Verde atravessa uma das piores secas dos últimos anos e o Governo está a aplicar um plano de emergência, financiado pelos parceiros internacionais em cerca de 10 milhões de euros, cujas medidas prioritárias são a mobilização de água, a criação de emprego e salvamento do gado.

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