Ao início da manhã, a polícia francesa cercou um bairro de lata na periferia de Paris. O acampamento, no qual chegaram a viver cerca de 400 ciganos, vai ser desmantelado por ordem judicial, na sequência da queixa apresentada pela empresa proprietária do terreno.

O tribunal deu razão a uma queixa apresentada pela ferroviária SNCF, que alegou falta de salubridade do acampamento e os riscos inerentes para a saúde pública.

A polícia cercou o local e, ainda o sol não tinha nascido, muitas dezenas de pessoas tentavam agarrar o que pudessem antes de serem encaminhadas para os autocarros, disponibilizados para os levar para centros de acolhimento.

De acordo com os serviços da Câmara de Paris, havia pelo menos 135 barracas (feitas de tábuas de madeira e de materiais reciclados) no acampamento, aquecidas por meios rudimentares e que agravavam o risco de incêndio.

As condições de higiene das famílias que viviam na ‘favela parisiense’ eram muito precárias, também segundo os serviços autárquicos.

O acampamento, que chegou a ter cerca de 400 moradores, começou a ser erguido em junho, aproveitando a desativação de uma linha de caminhos-de-ferro, segundo relatou a AFP.

A ferroviária SNCF, proprietária do terreno, recorreu ao tribunal para que o bairro de lata fosse desmantelado.

Antes da chegada da polícia, na manhã de hoje, já muitos dos moradores haviam fugido do local, com receio dos despejos que, diziam as notícias, estariam prestes a começar.

Ainda na semana passada, as autoridades de saúde identificaram, durante uma acção de rastreio, 173 “pessoas vulneráveis”, incluindo oito crianças.

Foram detetados quatro casos de tuberculose no acampamento.