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Para o povo, “os partidos não correspondem à realidade”, avisa Rui Moreira

 

rui moreiraO independente que conquistou a Câmara do Porto voltou a deixar um aviso aos movimentos partidários: “Os cidadãos sentem que os partidos de alguma maneira não correspondem à realidade”. Para Rui Moreira, os partidos são rejeitados porque “não se preocuparam com os problemas”.

Nas últimas autárquicas, o então candidato independente Rui Moreira surpreendeu ao conquistar o segundo município do país. Mais de um ano após as eleições, o presidente da Câmara do Porto voltou a deixar um aviso aos movimentos partidários.

“Os cidadãos sentem que os partidos de alguma maneira não correspondem à realidade e este é um problema que os partidos vão ter de resolver”, afirmou o autarca, durante um debate sobre a reforma do sistema político.

No entender de Rui Moreira, os cidadãos afastam-se cada vez mais das estruturas partidárias porque estas, no entender geral, estão mais preocupadas com os interesses próprios do que em resolver os problemas dos cidadãos.

“Há uma rejeição dos partidos porque estes não se preocuparam com os seus problemas”, reforçou o autarca do Porto.

Com o avançar da participação democrática, ainda segundo o pensamento de Rui Moreira, os eleitores foram percebendo que o verdadeiro poder de decisão não está no interior dos partidos e que estes também não asseguram a representação da vontade civil.

A culpa, segundo o presidente da Câmara do Porto, é dos próprios partidos, sobretudo pela forma como escolhem os representantes.

“Em primeiro lugar, criaram um regime de exclusividade, depois um modelo excessivo de incompatibilidades e ainda por cima quiseram pagar mal a quem se submetia a esse regime”, defendeu o autarca.

As consequências, para Rui Moreira, foram o afastamento das pessoas qualificadas e um empobrecimento geral dos quadros partidários.

Daí que a Assembleia da República, segundo o edil portuense, não represente uma sociedade multifacetada, ao invés do que era previsto aquando da constituição da mesma.

A intervenção de Rui Moreira foi a mais crítica num debate, realizado no Instituto de Defesa Nacional, em que também participaram Aguiar-Branco (ministro da Defesa), António Vitorino, Nuno Morais Sarmento e Fátima Bonifácio. 

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