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Para o Papa Francisco, Deus criou o Big Bang e a Teoria da Evolução

papamota 210 O Big Bang é uma verdade, afirmou Francisco. Nunca um Papa aceitara publicamente a Teoria da Evolução. A Igreja Católica sempre defendeu o Criacionismo e vai continuar a fazê-lo, pois foi Deus quem “criou os humanos” e o mundo, argumentou o Papa Francisco.

O responsável máximo de uma religião que sempre professou o Criacionismo admitiu que o Evolucionismo é real. As duas Teorias são aparentemente contraditórias, mas para o Papa Francisco a explicação até é simples.

A comunidade científica dá como consensualmente aceite que o universo surgiu com o Big Bang, algures entre 13,9 e 13,3 biliões de anos atrás. O que não quer dizer, segundo o sumo pontífice, que essa explosão cósmica tenha ocorrido do nada.

Segundo Francisco, “quando lemos no Génesis a descrição da Criação arriscamo-nos a imaginar Deus como um feiticeiro, com uma varinha de condão capaz de tudo criar, mas não é assim”.

Deus “cria por amor” e a explosão que deu início ao universo como o conhecemos foi, ainda no pensamento do Papa, uma prova de amor

“O Big Bang não contradiz a intervenção criadora, mas a exige”, argumentou Francisco, num discurso na Academia de Ciências Pontifícia.

“Deus criou os humanos e permitiu que se desenvolvessem seguindo leis internas que deu a cada um para que alcançassem sua realização”, acrescentou.

A Igreja Católica sempre defendeu que o mundo “não foi produto do caos”, mas nunca um clérigo com responsabilidades de topo se pronunciara publicamente a favor da Teoria da Evolução.

Este discurso do Papa Francisco significa que “a Igreja não se vai meter nas questões científicas” uma vez que “essas hipóteses não afetam a fé em Deus”, como resumiu Fernando Altemeyer, professor de Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

“Para a Igreja e a teologia não há nada de novo. O Papa Francisco, na verdade, está a falar para o povo, manifestando essa ideia de maneira mais simples. Essas hipóteses científicas são discutidas na Igreja há mais de 80 anos”, reforçou o teólogo brasileiro.

Independentemente das teorias, nem o Criacionismo, nem o Evolucionismo podem ‘sustentar’ uma “classe de privilegiados”, exortou ainda o Papa.

“Ao cientista, sobretudo ao cientista cristão, corresponde a atitude de interrogar-se sobre o futuro da humanidade e da Terra, de construir um mundo humano para todas as pessoas e não para um grupo ou uma classe de privilegiados”, afirmou Francisco.

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