Uma comissão criada pelo Papa vai proteger os menores que são vítimas de abusos sexuais, praticados por membros do clero. O que para a Igreja Católica era um tabu, para Francisco é um problema a combater. A composição e competências da comissão promovida por Francisco estão a ser ultimadas.
O Papa Francisco vai avançar com uma comissão que visa proteger menores de idade que são vítimas de abusos sexuais, por membros da Igreja Católica. O objetivo desta comissão é auxiliar a missão papal no combate a estes crimes que alguns membros do clero praticam.
A revelação de que o Papa pretende criar um órgão de combate à pedofilia na Igreja foi feito por Sean Patrick O’Malley, arcebispo de Boston e um cardeal muito próximo do Sumo Pontífice.
Esta comissão vai fazer um acompanhamento permanente de menores que sofram atos de abusos sexuais e irá também apostar na experiência de pessoas que conheçam aprofundadamente este fenómeno da pedofilia, quer na legislação, quer no apoio psicológico que deve ser dado às vítimas.
A comissão criada pelo Papa Francisco está a ser ultimada, no que diz respeito à sua composição, mas também no que concerne às competências que o órgão terá.
Brevemente, o líder da Igreja Católica comunicará ao mundo um documento com estes pormenores, que serão discutidos em parceria com as forças de segurança e outras entidades que combatem a pedofilia e prestam apoio às crianças que são alvo de abusos sexuais.
O que para a Igreja tem sido um tabu é, para o Papa Francisco, um problema que tem de ser resolvido. Trata-se de uma inversão da lógica do clero, que virou a cara a um problema transversal à sociedade e que envergonha.
A comissão vai prestar apoio não só às vítimas, mas também às famílias, com assistência psicológica, espiritual e médica.
Quanto aos membros do clero, serão vistos, pela comissão, como pessoas que necessitam de ser tratadas e recuperadas.
Recorde-se que há quase um ano a Organização das Nações Unidas (ONU) enviou um questionário para o Vaticano, para que fossem detalhados os casos de abuso sexual de menores praticados por padres, desde 1995. A resposta nunca foi dada, sendo que a Santa Sé considerou que o problema deveria ser colocado aos países que tinham registos de condenações de padres.
No próximo ano, a ONU vai enviar uma missão do Comité dos Direitos da Criança ao Vaticano, para fazer entrevistas a oficiais, afim de recolher informação sobre abusos. A resposta será certamente diferente.