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Papa alerta para grave situação na Síria

O papa Francisco alertou hoje para a “grave situação na Síria”, em particular na província de Deraa, depois das ações militares dos últimos dias que afetaram escolas e hospitais e provocaram milhares de novos refugiados.

O apelo do papa foi feito durante a oração do “Angelus” na praça de S. Pedro, no Vaticano, e surge dias antes de uma peregrinação ecuménica pela paz no Médio Oriente, que se realizará em Bari (Itália), com vários responsáveis cristãos.

“Renovo com a minha a oração o apelo para que esta população, já duramente atingida há anos, seja poupada a novos sofrimentos”, pediu o papa Francisco.

Pelo menos 29 elementos das forças governamentais e um jovem civil morreram, nas últimas 24 horas, em confrontos entre as forças do regime e fações rebeldes em várias frentes da província de Deraa, no Sul da Síria, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

Os confrontos mais violentos produziram-se durante a noite de sexta para sábado, na cidade de Deraa, onde as tropas leais ao regime de Damasco lançaram um ataque, numa zona situada entre o bairro de Deraa al-Balad e a estrada de Al-Sad, contra as forças rebeldes, que ripostaram, resultando baixas em ambas as fileiras.

Desde 19 de junho, as forças do regime intensificaram os bombardeamentos, sobretudo na zona leste da província de Deraa, antes de lançarem, alguns dias depois, uma ofensiva contra os bairros controlados pelos rebeldes na cidade com o mesmo nome.

A ofensiva já causou a morte a uma centena de civis, incluindo 19 crianças, e forçou a deslocação de pelo menos 120 mil pessoas, segundo o Observatório.

Na oração de hoje o pontífice falou também da crise sociopolítica na Nicarágua, onde decorrem manifestações contra o governo de Daniel Ortega, indicando que deseja unir-se aos esforços que os bispos do país estão a levar a cabo no seu papel de mediação e de testemunho pelo processo de diálogo nacional.

A Nicarágua é palco desde 18 de abril de uma vaga de protestos sem precedentes nas últimas décadas, com os manifestantes a exigirem a demissão do Presidente Daniel Ortega, de 72 anos, e da mulher e vice-Presidente Rosario Murillo.

O país está mergulhado numa espiral de violência, com um aumento dos confrontos nas ruas entre milícias paramilitares e opositores do regime de Ortega.

O papa fez ainda referência a outros conflitos, nomeadamente na Etiópia e Eritreia, que iniciaram um diálogo para normalizar as suas relações bilaterais, assim como aos jovens desaparecidos numa gruta subterrânea na Tailândia.

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