Ciência

Países europeus não devem contar demasiado com florestas para combater aquecimento global

Os países europeus não devem depender demasiado das suas florestas para combaterem o aquecimento global, mas sim protegê-las do aumento da temperatura, defende um estudo publicado hoje na revista ‘Nature’.

Os compromissos da União Europeia para 2030, no âmbito do acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa, incluem o uso das florestas como “sumidouros de carbono”.

O estudo, realizado por investigadores do Centro de Investigação Ecológica e Aplicações Florestais da Universidade de Barcelona, indica que fazer uma gestão dos bosques europeus para baixar as temperaturas e melhorar a captura de dióxido de carbono tem pouco impacto sobre o clima global.

A investigadora Aude Valade, que participou neste estudo, recomenda fazer antes uma gestão florestal orientada para manter serviços ambientais, ecológicos, sociais e culturais proporcionados pelas florestas.

Os investigadores melhoraram um modelo matemático para calcular a quantidade de carbono, energia e água que é aprisionada ou libertada de acordo com o tipo de gestão florestal, compararam três estratégias de gestão florestal que representam as diferentes visões adotadas para mitigar as alterações climáticas na Europa e concluíram que “nenhuma opção permite suster a mudança climática, maximizar o sequestro de carbono, aumentar a luz solar que as florestas refletem para o espaço e reduzir a temperatura da superfície”.

O estudo defende que a gestão florestal sustentável fornece alguns benefícios climáticos, mas modestos e locais, e, por isso, os autores sugerem que a gestão florestal na Europa nas próximas décadas não deve ter como prioridade os efeitos sobre o clima, mas a adaptação de florestas às mudanças climáticas, para que possam continuar a fornecer serviços e bens ecológicos, sociais e culturais.

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