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Pais portugueses conscientes da importância da educação sem género

Estudo conclui que 97 por cento dos pais portugueses estão consciencializados para a questão da educação sem género.

O I Estudo sobre Educação e Género, elaborado pela Imaginarium, tem como objetivo fazer uma radiografia dos padrões de educação em matéria de género, mostrando se os pais e mães do século XXI apostam por uma educação sem género, e como o demonstram e transmitem aos seus filhos e filhas. O inquérito foi realizado online entre 18 e 23 de janeiro, num universo de 2461 indivíduos.

O estudo conclui que 96,8 por cento dos pais portugueses está consciente da importância de educar as crianças na educação sem género.

No entanto, quando olhamos para os hábitos de consumo dos portugueses, este facto torna-se menos evidente, com uma maioria menos expressiva (59,9 por cento) a contornar as barreiras de género e a afirmar ter adquirido brinquedos ou roupas que tradicionalmente não estão associados ao género do seu filho ou filha.

Apenas 12,3 por cento dos inquiridos afirma ter deixado de comprar um produto para o seu filho ou filha tendo como referência um critério de género.

No que se refere aos brinquedos preferidos das crianças, em primeiro lugar surgem os puzzles e jogos de construção (27,8 por cento), seguidos dos jogos de estimulação (19,4).

Ainda no capítulo das preferências, 83,7 por cento dos pais inquiridos preocupa-se com o facto de os seus filhos e filhas passarem demasiado tempo ocupados com tablets, telemóveis, videojogos e televisão.

À medida que as crianças crescem, os brinquedos tradicionalmente associados a papéis de género assumem maior importância, com 24,6 por cento das raparigas a escolher “brincar com bonecas” e 17 por cento dos rapazes a optar pelos “carrinhos”.

“Este estudo demonstra que os pais portugueses são conscientes da importância de educar os seus filhos e filhas sem condicioná-los em função do seu género. O objetivo é trabalhar e investigar para poder oferecer às crianças todas as opções possíveis de brinquedos, e simplesmente fazê-los felizes, independentemente do tipo de brinquedo que escolham, sem emitir juízos de valor sobre as suas escolhas e oferecendo-lhes alternativas simples de brincadeiras reais que as mantenham afastadas dos ecrãs”, afirma Natalia Chueca, diretora de marketing da Imaginarium.

Mas ainda há muito por fazer, já que 38,4 por cento dos pais e mães inquiridos afirma ter ouvido recentemente, em contexto infantil, expressões como “porta-te como um homem” ou “coisa de meninas”.

Apesar da mudança de mentalidades, dois terços considera que os filhos ou filhas seriam alvo de chacota caso fossem para a escola com algum elemento não tradicionalmente associado ao seu género.

O I Estudo Imaginarium de Educação e Género também indica quais as profissões mais desejadas pelos pais e mães para os seus filhos e filhas.

Em termos globais, a preferência vai para a medicina (18 por cento) seguida da ciência (5,7) e gestão (4,5).

Apesar da medicina liderar nas preferências dos progenitores tanto de rapazes como de raparigas, notam-se algumas diferenças. Assim, no caso das raparigas, lidera a medicina (30,2 por cento), seguida da ciência (7,7) e da dança (7,6).

E nos rapazes, a seguir à medicina (19,5 por cento), a preferência vai para a engenharia (16,3) e o desporto profissional (7,7).

No que se refere às atividades extraescolares, a maioria das crianças escolhe livremente quais quer praticar, já que metade dos inquiridos afirma não ter influenciado a decisão do seu filho ou filha. A natação (27 por cento) e a música (13), atividades que não se associam tradicionalmente a um género em particular, surgem no topo da lista das preferências quer de raparigas como de rapazes.

No entanto, registam-se também algumas diferenças relacionadas com a identificação de género, com 16,5 por cento das raparigas e apenas 2,6 dos rapazes, a escolher “danças”, e 5,2 por cento do total dos rapazes, contra 0,2 das raparigas, a praticar futebol.

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