Economia

Pagar mais cedo ao FMI, diz Passos Coelho, é “racional” e “um bom princípio”

passos coelho parlA Irlanda quer pagar antecipadamente a dívida ao FMI e Portugal vai apoiar essa pretensão. “É um bom princípio”, justificou Passos Coelho, revelando que Portugal pode tomar a mesma decisão “racional”. Porém, o primeiro-ministro acrescentou que tal “não está ainda decidido”.

A Irlanda quer beneficiar do juro oferecido pelos mercados por ser mais baixo do que o da troika, tendo proposto um pagamento antecipado do empréstimo concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Enquanto membro da União Europeia, Portugal vai apoiar a pretensão dos irlandeses, pois o primeiro-ministro não descarta adotar uma tática semelhante.

“Relativamente à proposta irlandesa de pagar antecipadamente empréstimos do FMI, vamos apoiá-la. É uma proposta racional”, explicou Passos Coelho, que hoje se encontra de visita a um país ainda sob o resgate da troika, a Grécia.

A ideia é “vantajosa” porque a economia irlandesa beneficia se contrair um empréstimo com menor taxa de juro para reembolsar antecipadamente o FMI.

“Claro que este é um bom princípio também para nós. Não temos a mesma diferença entre os mercados financeiros e as condições acordadas com o FMI, essa divergência não é tão grande como no caso da Irlanda”, reconheceu Passos Coelho.

“A Irlanda começou o seu programa mais de seis meses antes de Portugal, e tinha taxas de juro mais altas que Portugal nos empréstimos do FMI”, insistiu o governante, comparando os 4,5 e os cinco por cento que a Irlanda chegou a pagar ao FMI com os juros de 2,2 por cento pedidos agora pelos mercados, isto nos empréstimos com maturidade a 10 anos.

No caso de Portugal, acrescentou o primeiro-ministro, a diferença entre pagar ao FMI e pagar aos mercados ainda é curta, pelo que não se justifica pensar já na mesma medida.

“Espero que, nos próximos meses, Portugal possa ter melhores perspetivas nas maturidades a dez anos”, complementou Passos Coelho, frisando que “não está ainda decidido” se compensa “fazer o mesmo, ao mesmo tempo” que a Irlanda. 

Em destaque

Subir