Depois de condenado pelo Tribunal de Gaia, pelo roubo de 70 cêntimos ao patrão, um padeiro foi absolvido pela Relação do Porto, após recurso. “Quem não deve não teme”, diz o padeiro. “Até fico contente por o moço ser ilibado”, reage o patrão, em declarações à CMTV.
O padeiro de Vila Nova de Gaia que em março passado tinha sido condenado pelo roubo de 70 cêntimos ao patrão acaba de ser ilibado pelo Tribunal da Relação do Porto. E o patrão já reagiu a esta sentença.
“Até fico contente por o moço ser ilibado. Se há tanta gente rica a roubar milhões e não é condenada…”, diz Rodrigo Costa, patrão do padeiro, que não despediu o funcionário.
O caso teve origem em suspeitas do dono da padaria, que reparou que estava a ser retirado dinheiro de uma gaveta onde eram guardados trocos.
Suspeitando de um funcionário, o proprietário do estabelecimento terá feito marcas numa moeda de 50 cêntimos e noutra de 20 cêntimos.
As moedas desapareceram e, no dia seguinte, o padeiro terá usado uma delas para pagar o café, precisamente na padaria…
O homem foi confrontado com a situação, mas negou que tivesse roubado o dinheiro. “Eu não roubei nem um pão! Não sou um ladrão de moedas”.
Sem acordo, o caso acabou nos tribunais, com o crime de furto a ser considerado provado pelo Tribunal de Gaia.
O padeiro teria de pagar uma multa de 360 euros, mais custas judiciais. E se não cumprisse esta ordem judicial, correria o risco de ir parar à prisão e cumprir 30 dias. Mas o padeiro recorreu da sentença, vendo agora o Tribunal da Relação alterar a primeira sentença.
Entretanto, o padeiro mantém-se a trabalhar na padaria. Confrontado com o facto de não despedir um funcionário que apelida de ladrão, Rodrigo Costa justificou-se.
“Se o despedir, tenho de contratar outro. E se calhar meto aqui um ladrão pior do que este”, disse o proprietário à SIC.