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Oxford anuncia primeiro tratamento eficaz nos casos mais graves de covid-19

A reputada Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciou ter desenvolvido um tratamento que se mostrou eficaz a combater os casos mais graves de covid-19.

Um ensaio clínico realizado pelos investigadores de Oxford comprovou que o tratamento com o corticóide dexametasona reduziu em um terço nos pacientes ventilados e em um quinto nos pacientes sob administração de oxigénio.

No entanto, não foi observado qualquer benefício em pacientes que não necessitem de apoio respiratório.

“Baseado nestes resultados, este tratamento pode evitar uma morte por cada oito pacientes ventilados e por cada 25 pacientes sob oxigénio”, frisaram os investigadores, no resumo do trabalho, publicado pela Universidade de Oxford.

No ensaio clínico, 2104 pacientes (escolhidos de forma aleatória) receberam uma dose diária (seis miligramas) de dexametasona, por via oral ou intravenosa, ao longo de dez dias, por comparação com 4321 pacientes sob os cuidados habituais, como ventiladores ou oxigénio.

“A dexametasona é o primeiro medicamento observado que melhora a sobrevivência em caso de covid-19”, reforçaram os investigadores.

A equipa de cientistas estima que o recurso a este medicamento desde o início da pandemia teria salvo, só no Reido Unido, até 5000 vidas.

A dexametasona é um corticóide usado para combater os efeitos negativos que surgem quando o sistema imunológico se depara com uma agressão, como no caso do vírus Sars-Cov-2, e para reduzir inflamações associadas a outras patologias.

“Estes resultados preliminares são bem evidentes: a dexametasona reduz o risco de morte nos pacientes com as complicações respiratórias mais graves. E é fantástico que o primeiro tratamento que comprovadamente reduz a mortalidade é um que está instantaneamente acessível e a baixo custo”, comentou o professor de epidemiologia Martin Landray, um dos líderes da equipa de investigadores de Oxford.

Matt Hancock, o ministro da Saúde britânico, já deu instruções ao serviço público de saúde para incluir a dexametasona no tratamento dos casos mais graves de covid-19 “já a partir desta tarde”.

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