Uma morte no Japão veio reforçar a atenção sobre a cafeína. O consumo em excesso é prejudicial para a saúde e pode ser fatal. Os casos ainda são raros, mas só nos EUA já foram reconhecidas dez mortes provocadas por overdose desta substância.

Um café é, para muitos, um companheiro habitual, mas também pode ser um veneno quando consumido em excesso.

Pela primeira vez, o Japão registou uma morte por overdose de cafeína.

A vítima era um jovem de 20 anos que trabalhava no período noturno, num posto de abastecimento de combustíveis.

Para aguentar as longas madrugadas, o jovem ingeria grandes quantidades de bebidas ricas em cafeína.

A autópsia, realizada pela Universidade de Fukuoka, determinou como causa de morte a overdose de cafeína, mas não conseguiu determinar a quantidade ingerida, nem o período de tempo que demorou a tornar-se letal, de acordo com a agência de notícias Kyodo.

Os casos de morte por overdose de cafeína são ainda raros, mas estão a começar a preocupar as autoridades de saúde.

Se no Japão este foi o primeiro caso, nos EUA já foram reconhecidas dez mortes por overdose desta substância.

Os dois casos mais recentes envolveram dois adolescentes: Logan Stiner, de 18 anos e do Ohio, e Lanna Hamann, de 16 e do Arizona.

A autópsia a Logan Stiner, encontrado sem vida a 27 de maio de 2014, determinou como causa de morte uma arritmia cardíaca, provocada por uma convulsão gerada pela presença de 70 miligramas de cafeína por mililitro de sangue.

As estimativas das autoridades internacionais de saúde apontam para que 50 miligramas por mililitro de sangue sejam suficientes para provocar a morte.

A mãe de Lanna Hamann referiu que a filha morreu de paragem cardíaca após um consumo excessivo de bebidas energéticas (à base de cafeína) durante umas férias no México.

Medidas e limites

Um relatório da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar aponta que o consumo de cafeína pode ser benéfico quando a dose está entre os 75 e os 300 miligramas diárias, o equivalente (no máximo) a três chávenas de café por dia.

Para os adolescentes, o limite máximo é de 100 miligramas por dia (um café).

Passar destes valores pode levar a irritação, insónia e complicações cardíacas.

Para a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla original), o consumo excessivo começa por se fazer sentir com um pulso acelerado ou perigosamente irregular, vómitos, diarreia, letargia e desorientação.

A overdose pode ser fatal, avisa ainda a FDA, que tem alertado para os perigos de uma substância cujas vendas pela internet têm vindo a crescer: a cafeína pura em pó, que é vendida como suplemento para praticantes de desporto.

Uma colher pequena deste pó corresponde a 28 chávenas de café, avisa a FDA.