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Ouviu as palavras de Simões sobre Cristiano Ronaldo na TSF?

António Simões foi duro para com Cristiano Ronaldo. Num comentário na TSF, o antigo internacional português elogiou o talento de CR7, mas apontou um problema: “Cristiano tem toda a legitimidade de querer ser o melhor, mas não pode querer ser o único”. Mas Simões disse muito mais.

Portugal caminha triste no Euro’2016. De desilusão em desilusão, frente a adversários modestos, continua com as portas da qualificação escancaradas. Mas ninguém esperava dois jogos tão tristonhos, diante da Islândia e da Áustria.

Aos microfones da TSF, António Simões, antiga glória portuguesa, criticou o que considera ser uma sede de protagonismo Cristiano Ronaldo, e também “grande parte da comunicação social, e muita gente, a ter simpatia por ele querer ser o protagonista”.

“Cristiano Ronaldo tem toda a legitimidade para querer ser o protagonista. A questão é que há grande parte da comunicação social, e muita gente, a ter simpatia por ele querer ser o protagonista”, afirmou.

António Simões abordou a questão do cansaço de CR7 e fez uma comparação com os outros internacionais e com… Lionel Messi.

“Então mas é só o Ronaldo que está cansado? Então os outros jogadores não estão cansados? Quem tem assistido à Copa América pergunta: e o Messi, não está cansado? Em 20 minutos marcou três golos…”.

Mas o antigo internacional vai mais longe. “Temos aqui um problema de há muito tempo”.

“Eu estive na África do Sul e assisti a situações complicadas que têm muito que ver com o perfil da pessoa, do Cristiano. E eu contesto. Não contesto o rendimento do Cristiano, mas tenho a legitimidade de contestar o seu perfil”, disparou.

Simões compreende que haja oscilações de forma e dias em que o rendimento não é o esperado. “Eu joguei e sei que há dias, há jogos em que não temos rendimento”, assinala.

E o antigo internacional reconhece todo o talento de Ronaldo. “O Cristiano é um jogador extraordinário”, diz. Porém, acrescenta, há a questão do ego.

“O primeiro relacionamento que ele tem não é com a equipa. É com ele. É com ele e com a bola dele. Não é com a bola da equipa. E isto é um problema”.

“E é por isso que estamos desapontados. Porque ele é um dos melhores jogadores de sempre. E por isso exigimos mais dele”, acrescenta.

António Simões faz um paralelo com uma turma cujos alunos têm uma média de 12, 13, 14. E há um aluno de 19.

“Eu ponho esta questão: se esse aluno tem uma média de 19 e chega-me à aula e não me dá nada. Faz-me o exame e não me dá nada. Para o onde é que eu me tenho de virar? Tenho de me virar para esse aluno e não para os outros. Os outros estão a render. A dar o que sabem. Eu tenho é que questionar aquele aluno, que tem tanto para dar e não me dá nada. É este o caso”, defende.

“Nós vamos de desilusão em desilusão, porque criámos a expectativa de que o Cristiano resolve e depois não resolve. Mas mais que isto. Quem tem a obrigação de resolver é ele, porque a equipa está lá para ele”, afirmou António Simões.

“Cristiano tem toda a legitimidade de querer ser o melhor, mas não pode querer ser o único, de cada vez que vem à seleção”, conclui.

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