Ciência

Os vikings levaram os gatos à conquista do mundo (com vídeo)

O Garfield ajudou a propagar o estereótipo da preguiça, mas os gatos são uns aventureiros. Acompanharam o Homem no início do desenvolvimento da agricultura, há 15 mil anos, e eram presença obrigatória a bordo dos dracares, os barcos que transportam os vikings na conquista da Europa.

Há mais de 75 milhões destes felinos domésticos, mas a verdade é que nada sabemos do passado dos gatos, apesar de nos terem acompanhado nos grandes momentos da Humanidade.

De acordo com um estudo apresentado no recente Simpósio Internacional de Arqueologia Biomolecular, realizado em Oxford (Inglaterra), as ‘bolas de pelo’ que tanto adoramos terão sido domesticadas há cerca de 15 mil anos, no Oriente Próximo e no Egito.

A domesticação terá coincidido com o período em que o Homem aprendia a arte da agricultura.

Uma análise mitocondrial (os blocos de genes que são passados apenas pelas mães) aos ossos de 209 gatos que viveram entre 15.000 e 3700 anos atrás, recolhidos em mais de 30 sítios arqueológicos em África, na Europa e no Médio Oriente, comprovou que os felinos já domesticados acompanharam o Homem em duas grandes fases migratórias.

A primeira já era conhecida: quando os humanos passaram de África para a Europa e a Ásia, os gatos mantiveram uma linha mitocondrial sequencial, ou seja, a ‘avó’ de todos os gatos do Mediterrânio seria a mesma.

Os cientistas acreditam que os gatos terão sido atraídos por alguns grãos e cereais e que os primeiros agricultores, percebendo as mais-valias deste predador, começaram a domesticá-los.

“A linha mitocondrial comum nos gatos do Egito, desde o fim do século IV antes de Cristo até ao século IV, é a mesma dos gatos que na mesma época viviam na Bulgária, na Turquia e na África Subsariana”, revelou Eva-Maria Geigl, geneticista evolucionária do Instituto Jacques Monod, de França.

“A verdade é que não sabemos nada da história dos gatos na Antiguidade. Não conhecemos a origem deles, nem como se dispersaram pelo mundo”, acrescentou a investigadora.

E o que agora se descobriu surpreendeu os cientistas: a segunda grande vaga migratória dos gatos coincidiu com a expansão viking.

A principal prova está nos ossos encontrados  num antigo povoado no norte da Alemanha quando era habitado pelos vikings, entre os séculos VIII e XI. A linha mitocondrial desses gatos é a mesma que foi encontrada na análise aos restos de outros sítios arqueológicos.

“Eu nem sequer sabia que havia gatos vikings”, admitiu o geneticista populacional Pontus Skoglund, um dos investigadores envolvidos no estudo.

Em destaque

Subir