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Os deputados alemães que reconheceram o genocídio arménio foram ameaçados de morte

O Parlamento alemão vai votar, quinta-feira, o reconhecimento oficial do genocídio do povo arménio às mãos do Império Otomano. Os deputados que anunciaram o apoio ao documento, em especial os de origem turca, estão a ser insultados e até ameaçados de morte.

Faltam dois dias para a Alemanha assumir uma posição que vai irritar (e muito) a Turquia: o Bundestag (o Parlamento alemão) vai reconhecer oficialmente o genocídio, cometido pelo Império Otomano (antecessor da Turquia), do povo arménio.

Nos canais diplomáticos, o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, já telefonou pessoalmente à chanceler alemã, Angela Merkel, para manifestar o desagrado formal. O problema, revela agora a imprensa germânica, é a revolta ‘informal’…

Vários deputados, sobretudo os que têm ascendência turca, estão a ser insultados nas redes sociais e por email (‘terrorista arménio’, ‘traidor’ e ‘nazi’ são dos mais termos mais ligeiros…) e até ameaçados de morte.

Cem Özdemir, líder da bancada parlamentar de Os Verdes, adiantou ainda, à estação ARD, que alguns deputados terão recebido mensagens como “Prepara-te para seres eliminado” ou “Vais ter o mesmo fim que o Hrant Dink”, o jornalista turco (de origem arménia) assassinado em 2007, em Istambul.

Estas manifestações de desagrado foram promovidas pela Comunidade Turca de Berlim, o órgão que agrega cerca de cinco centenas de associações turcas sediadas na capital alemã. Para esta organização, o reconhecimento oficial do genocídio arménio será “um veneno para a coexistência pacífica entre alemães e turcos neste país, mas também na Turquia”.

A mensagem, trazida a público pelo Der Spiegel, refere ainda que “mais de 90 por cento do povo turco rejeita acertadamente a acusação de genocídio e considera-a uma calúnia”, apelando aos cidadãos para enviarem mensagens de protesto aos deputados do Bundestag.

Indiferente à polémica, o Parlamento alemão prepara-se para aprovar, na quinta-feira, uma resolução que cita repetidamente o termo “genocídio”, numa evocação do extermínio, entre 1915 e 1916, de cerca de 1,5 milhões de arménios e de outras minorias.

Para a comunidade arménia, o genocídio, em plena I Guerra Mundial, foi “um precedente” do Holocausto da II Guerra Mundial.

À data, a Alemanha terá sido conivente (ficando em silêncio) com o aliado, o Império Otomano.

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