A semana termina com a polémica sobre o salário de Sérgio Monteiro, o ex-secretário de Estado que recebe 30 mil euros por mês para vender o Novo Banco. Como ganha quase o dobro do governador Carlos Costa, o Banco de Portugal teve de vir a público justificar a remuneração.

Os lesados do BES bem se podem indignar: Sérgio Monteiro, o antigo secretário de Estado que agora tem a função de vender o Novo Banco (o ex-BES), ganha 30 mil euros por mês.

O salário é quase o dobro do que aufere Carlos Costa, o governador do Banco de Portugal (BdP) que foi buscar o ex-governante para concluir o processo de venda do antigo BES.

Como os valores auferidos por Sérgio Monteiro são um dos temas do momento nas redes sociais, o BdP viu-se obrigado a emitir um comunicado a justificar o salário do antigo secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações.

“O contrato de prestação de serviços com o Fundo de Resolução, que terá a duração de doze meses, prevê que o Dr. Sérgio Monteiro tenha direito a uma remuneração igual à que auferia na Caixa – Banco de Investimento, SA antes de desempenhar as funções de secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações”, explicou o regulador da banca.

O esclarecimento foi enviado pelo BdP para várias redações depois do Público ter revelado que o salário bruto de Sérgio Monteiro é de 30 mil euros mensais, um montante que tem alimentado a discussão nas redes sociais.

O BdP frisou, no mesmo comunicado, que o ex-governante “mantém o vínculo à sua entidade laboral, o Caixa – Banco de Investimento, SA, integrante do Grupo Caixa Geral de Depósitos”, e que seria esse o salário que estaria a auferir antes de ser chamado ao (primeiro) Governo de Passos Coelho.

Já a contratação de Sérgio Monteiro pelo Banco de Portugal foi justificada, por esta entidade, com a “complexidade” e os “desafios associados ao processo da venda do Novo Banco”, o antigo BES.