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Ordem: Há médicos internos a chumbar na especialidade por não terem cirurgias para fazer

São cada vez mais os médicos internos que chumbam por não serem autorizados as realizar as cirurgias necessárias para cumprir o limite mínimo da especialidade. O alerta é da Ordem dos Médicos, que aponta que “a linha vermelha que defende a qualidade” tem sido reiteradamente ultrapassada.

A anestesiologia e a cirurgia são as áreas onde o problema é mais evidente.

“Verificámos que atingimos o limite de capacidades formativas já há algum tempo e que estamos nalgumas áreas a ultrapassá-las”, adianta Alexandre Valentim Lourenço, presidente do Conselho Regional Sul da Ordem, em declarações à Lusa.

O alerta surge depois da primeira reunião da Ordem dos Médicos com todos os diretores do internato médico, hoje realizado na região sul para debater aspetos da formação médica a nível hospitalar, da medicina geral e familiar e de saúde pública.

“Chegámos à conclusão, quer a Ordem quer os diretores do internato médico, de que em muitas especialidades já cruzámos a linha vermelha que defende a qualidade. Significa que estamos muitas vezes, em determinados centros, a aceitar formação onde ela não é prestada na melhor qualidade. Queríamos perceber se os vários hospitais têm essa perceção”, salienta Alexandre Valentim Lourenço.

Os médicos internos não conseguem realizar o número mínimo de cirurgias que lhes é exigido para a especialidade por factores a que são alheios.

“A falta de anestesia, de blocos operatórios e de capacidades cirúrgicas diminuem capacidades de formação. Já há internos a chumbarem porque não atingiram números mínimos de formação em várias especialidades cirúrgicas”, frisa o responsável da Ordem.

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