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Ordem dos Médicos diz que medidas anunciadas pelo Governo pecam por tardias

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Guimarães, elogiou as medidas ontem anunciadas pelo Governo para travar a pandemia de covid-19, mas realçou que as mesmas deviam ter sido adotadas no verão.

Em declarações à Lusa, o bastonário considerou “importante” o conjunto de medidas ontem anunciado, mas frisou que as camas para doentes covid-19 em unidades de cuidados intensivos (UCI) já deviam estar preparadas, tal como devia estar já concluído o reforço de meios, com contratações de médicos e enfermeiros, reformados ou não.

Com o Orçamento de Estado para 2021 a ser debatido no Parlamento, Miguel Guimarães considerou ainda que a verba adicional de 200 milhões de euros para a saúde, anunciada pelo Governo, é “pouco”.

“As medidas específicas estão lá, é evidente, mas a verdade é que, aquilo que é o orçamento em si, apesar de ser maior do que o de 2020, os 200 milhões de euros anunciados para o SNS é pouco e seria necessário mais numa altura crítica como esta, em que os desafios que temos são urgentes. Não para o ano, mas para já”, argumentou.

“É muito importante começar a reforçar a saúde pública. Se se começar a ter menos infetados haverá menos doentes internados nos hospitais e nas UCI. Estamos com muitos doentes e vamos ter muitos mais na próxima semana em internamentos e nas UCI e a capacidade que existe não serve. Os doentes ‘não Covid’ começam a ficar para trás”, insistiu o bastonário.

Miguel Guimarães realçou que “as camas para doentes não covid já estão a ser novamente ocupadas por doentes covid”, o que significa que “os doentes não covid começam outra vez a ficar para trás”.

“Se a situação se agravar, se se tornar mais grave do que na primeira vaga, vamos ter um problema muito sério com os doentes ‘não covid’, com um aumento muito sério de morbilidade”, concluiu.

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