Tahlequah, uma orca de 20 anos, transportou durante 17 dias o cadáver de uma cria morta, surpreendendo e comovendo os cientistas. A mãe em luto já se juntou ao resto do grupo, depois de uma viagem de mil milhas náuticas com o corpo do filhote.
Vulgarmente apelidado de ‘baleia assassina’, a orca – que, na verdade, é da família dos golfinhos – tornou-se num caso de estudo.
É conhecido o comportamento de luto dos golfinhos, mas nunca tinha sido presenciado a decorrer por tanto tempo.
Tahlequah (J35, para os cientistas), que integra um grupo de orcas que vive entre as águas de Vancouver, no Canadá, e do estado de Washington, nos EUA, transportou o cadáver da cria ao longo de mil milhas náuticas, num ‘cortejo fúnebre’ que se prolongou por 17 dias.
A duração do luto despertou a atenção dos investigadores, que ficaram visivelmente satisfeitos quando Tahlequah abandonou finalmente o corpo morto do filhote e regressou ao convívio do grupo.
“J35 passou pela minha janela hoje com outras baleias e parece vigorosa e saudável”, anunciou Ken Balcomb, diretor e fundador do Centro de Investigação de Baleias dos EUA.
“Graça a Deus, terminou o terrível tormento de vê-la transportar a cria durante 17 dias e mil milhas”, salientou o especialista, num comunicado enviado ao The Seattle Times.
A cria terá morrido a 24 de julho, ao largo de Victoria, no Canadá.
“A perda da cria deve ter sido especialmente dura para ela”, acrescentou Ken Balcomb.
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