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Oposição usará “todos os meios democráticos” para contestar presidenciais no Mali

O diretor de campanha de Soumaïla Cissé, candidato da oposição nas eleições presidenciais do Mali, afirmou hoje que a vitória do Presidente Ibrahim Boubacar Keïta, será contestada “através de todos os meios democráticos”, incluindo a via judicial.

“Este são os seus resultados. Não refletem a realidade das urnas”, declarou Tiébile Dramé na sede de campanha de Cissé.

O responsável pela campanha apontou ainda que “o dia 12 de agosto [o dia da segunda volta das eleições] será um dia negro para o Mali”.

Dramé acrescentou que a oposição “utilizará todos os meios democráticos para fazer respeitar os votos dos malianos”.

Segundo a agência France-Press, Dramé indicou aos jornalistas que irá “recorrer ao Tribunal Constitucional para anular os resultados fraudulentos” de certas regiões.

Ibrahim Boubacar Keïta, também conhecido por IBK, recolheu 67,17 por cento dos votos na segunda volta de 12 de agosto, o que lhe garante um segundo mandato de cinco anos à frente do Mali.

Os resultados, que ainda devem ser validados pelo Tribunal Constitucional, apontam que Soumaïla Cissé, antigo ministro das Finanças, contabilizou 32,83 por cento dos votos.

A taxa de participação na eleição, que se realizou a 12 de agosto, foi de 34,54 por cento, precisou o ministro da Administração Territorial, Mohamed Ag Erlaf, que anunciou os resultados na televisão pública maliana, ORTM.

Ibrahim Boubacar Keïta entra em funções a 04 de setembro e tem por principal tarefa relançar o acordo de paz assinado em 2015 com a ex-rebelião tuaregue.

O Presidente, de 73 anos, lidera uma nação que se tornou mais insegura desde que derrotou Cissé na segunda volta das presidenciais de 2013, o mesmo ano em que as forças apoiadas pelos franceses rechaçaram os extremistas do norte para os seus bastiões.

Os extremistas estão a promover ataques mais audaciosos, que se espalharam para o centro de Mali, onde tanto o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI) como militantes ligados à Al-Qaida estão presentes.

Confrontos sangrentos entre grupos étnicos e acusações de operações pesadas de contraterrorismo causaram tensões e desconfiança ainda maiores no Estado.

No norte e centro do Mali mais de 50 assembleias de voto fecharam antes do meio-dia, no domingo, por causa de ameaças de extremistas, segundo o Centro de Observação de Cidadãos das Eleições no Mali, que tinha mais de 2.000 observadores.

Os observadores também relataram vários incidentes de violência no dia da votação, incluindo o assassínio de um chefe de aldeia e o assédio de pelo menos quatro trabalhadores eleitorais.

Várias assembleias de voto também foram queimadas.

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