Mundo

Oposição no Bangladesh denuncia milhares de detenções de militantes

A polícia do Bangladesh deteve mais de 10.500 militantes da oposição nas últimas semanas, informaram hoje os partidos, considerando estar em causa uma operação de intimidação antes das eleições legislativas.

O número foi divulgado depois de os Estados Unidos terem exortado o Governo do primeiro-ministro Sheikh Hasina, candidato a um quarto mandato, a promover a liberdade de voto no sufrágio, que se realiza no domingo.

Os partidos da oposição declararam que a vaga de detenções depois da convocação das eleições, em novembro, tem como objetivo criar um “clima de medo”.

O principal partido nacionalista da oposição, o BNP – cuja líder, a ex-primeira-ministra Khaleda Zia, foi condenada a prisão por corrupção e abuso de poder – informou que 7.021 militantes foram detidos.

No caso do seu aliado islâmico, o partido Jamaat-e-Islami, o número ultrapassa os 3.500.

O Jamaat-e-Islami não está autorizado a participar em eleições, mas apresentou candidatos a título individual apoiados pelo BNP.

“A cada dia, 80 a 90 militantes nossos são presos no nosso país”, afirmou o secretário-geral do Jamaat, Shafigur Rahman, à agência France-Presse.

Um porta-voz da polícia, Sohel Rana, não confirmou o número de detenções, mas afirmou que nenhuma ocorre sem um mandato : “Nunca prendemos uma pessoa sem que ela incumpra a lei. Estas pessoas têm mandatos de detenção específicos contra elas”.

Rizvi Ahmed, porta-vos do BNP, reagiu a estas declarações comentando que as acusações contra os militantes são “fictícias” e visam uma “eleição desequilibrada”, a favor de Sheikh Hasina.

O BNP e os seus aliados acusam também a polícia e os militantes da Liga Awami, no poder, de atacar os seus candidatos às legislativas.

Vários partidos, incluindo o BNP, boicotaram as eleições gerais em 2014, o que levou a governante Liga Awami a alcançar, com pouca oposição, mais de metade das cadeiras do parlamento e renovar o seu mandato.

O BNP e a Liga Awami alternam-se no poder desde 1991, com exceção de um breve período de um governo militar entre 2006 e 2008.

Em destaque

Subir