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Operação Marquês: Armando Vara é hoje ouvido em tribunal

Armando Vara, ministro à data do Governo de Guterres, vai ser ouvido no Tribunal Central de Instrução Criminal, hoje, pelo juiz Carlos Alexandre, no âmbito da Operação Marquês, que investiga eventuais crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

O antigo ministro Armando Vara, que fez parte do Governo liderado pelo socialista António Guterres, vai ser hoje presente ao Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, onde será interrogado pelo juiz Carlos Alexandre, no âmbito da Operação Marquês.

O ex-governante foi ontem detido, na sua casa em Cascais, após uma operação que envolveu buscas à residência, aos escritórios e à sede da Caixa Geral de Depósitos (da qual foi administrador).

A ação foi dirigida por um magistrado do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e envolveu várias equipas deste departamento e mobilizou também elementos da Autoridade Tributária e da Polícia de Segurança Pública.

De acordo com a Lusa, esta detenção para interrogatório está relacionada com a investigação ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, estando relacionada com o caso que levou à detenção do ex-primeiro-ministro José Sócrates em novembro do ano passado.

Até ser ouvido no TCIC, Armando Vara, antigo ministro Adjunto e secretário de Estado, vai continuar detido no Comando Metropolitano de Lisboa.

Recorde-se que Armando Vara foi condenado, em setembro do ano passado, a cinco anos de prisão efetiva no âmbito do processo Face Oculta, por tráfico de influências, mas a decisão está em recurso no Tribunal da Relação do Porto.

No âmbito da Operação Marquês só existe um arguido em prisão preventiva: José Sócrates, que está detido no Estabelecimento Prisional de Évora desde novembro do ano passado, indiciado por fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais.

Carlos Santos Silva, o empresário amigo de Sócrates, e Joaquim Barroca, administrador do grupo Lena, encontram-se em prisão domiciliária.

Já o ex-motorista de Sócrates, João Perna, encontra-se em liberdade provisória mediante apresentações periódicas, depois de ter estado em prisão preventiva.

O administrador da farmacêutica Octapharma Paulo Lalanda de Castro, a mulher de Carlos Santos Silva, Inês do Rosário, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o presidente da empresa que gere o empreendimento de Vale do Lobo, Diogo Gaspar Ferreira, também são arguidos neste processo.

As investigações servem para apurar se José Sócrates terá recebido ‘luvas’, no valor de 12 milhões de euros e relacionadas com o empreendimento Vale do Lobo, através de um circuito financeiro que envolveu os empresários Helder Bataglia (ex-administrador da ESCOM), Joaquim Barroca (grupo Lena) e Carlos Santos Silva, conforme a suspeita do Ministério Público.

A defesa do ex-primeiro-ministro tem desmentido em absoluto qualquer intervenção de Sócrates no Plano Regional de Ordenamento do Territorio (PROT) Algarve 2 com vista a beneficiar o empreendimento de luxo de Vale do Lobo.

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