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ONU pede medidas para travar vaga de naufrágios de migrantes venezuelanos

A ONU pediu hoje à Venezuela e aos países vizinhos uma coordenação de esforços para ajudar os venezuelanos que tentam migrar para as ilhas das Caraíbas e para travar uma vaga de naufrágios com dezenas de vítimas mortais.

Nos últimos dois meses, quase 90 pessoas morreram ou desapareceram quando tentavam fazer a travessia entre o território venezuelano e as ilhas caribenhas, segundo dados avançados pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), citados pelas agências internacionais.

“É vital que as pessoas possam aceder a territórios seguros através de formas que não as obriguem a colocar as respetivas vidas em perigo”, afirmou o porta-voz do ACNUR, Babar Baloch, numa conferência de imprensa, em Genebra (Suíça).

O porta-voz apelou a uma coordenação entre todos os Governos daquela região “para enfrentar a exploração, o abuso e a violência que enfrentam as pessoas que migram de forma irregular”.

O apelo do ACNUR surge numa altura em que várias embarcações que tentavam fazer a travessia entre a Venezuela e ilhas das Caraíbas, como Curaçau ou Trinidad e Tobago, naufragaram com o registo de várias dezenas de mortos ou de desaparecidos.

Entre abril e maio, pelo menos três naufrágios foram contabilizados.

De 23 de abril a 16 de maio, pelos menos 67 venezuelanos desapareceram no naufrágio de botes que tentam chegar a Trinidad e Tobago, o Estado caribenho mais próximo das costas da Venezuela.

Num terceiro incidente, pelos menos 21 migrantes desapareceram na sequência do naufrágio de um bote que tinha como destino a ilha de Curaçau, em frente ao Estado venezuelano de Falcon, de onde a embarcação tinha zarpado.

“Estes acontecimentos mostram as medidas desesperadas que os venezuelanos tomam para chegar ao seu destino, colocando as suas vidas nas mãos de traficantes”, afirmou o responsável da Organização Internacional para as Migrações (OIM) para a região da América do Norte, Central e das Caraíbas, Marcelo Pisani, citado num comunicado.

Segundo a OIM, os migrantes pagam grandes somas de dinheiro a grupos organizados de tráfico de pessoas para fazer a travessia. Na maioria dos casos, estas pessoas viajam em embarcações sobrelotadas e sem qualquer garantia de segurança.

Não existem, até à data, números exatos sobre quantos venezuelanos tentaram sair do país, através destas vias irregulares, em direção às ilhas caribenhas.

Estimativas apontam, no entanto, que na região poderão viver cerca de 110 mil dos quatro milhões de venezuelanos que saíram do país desde 2014 para procurar proteção ou melhores condições de vida.

À crise política na Venezuela, país que conta com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes, soma-se a uma grave crise económica e social, que tem tido repercussões no abastecimento energético e na distribuição de medicamentos e de alimentos.

Os naufrágios de embarcações provenientes da Venezuela têm contribuído para um aumento significativo do número de migrantes mortos na zona das Caraíbas.

Entre janeiro e junho do ano corrente, foram registadas nesta região 143 vítimas mortais, um aumento bastante expressivo quando comparado com os números do mesmo período do ano passado (18 mortos).

Lusa

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