Nas Notícias

ONU considera que Moçambique registou avanços na proteção de migrantes mas abusos continuam

O Comité da ONU de Trabalhadores Migrantes considera que Moçambique registou avanços na proteção dos direitos deste grupo, mas aponta a prevalência de abusos, incluindo a crianças, e detenções arbitrárias.

Aquele organismo das Nações Unidas faz uma avaliação do tratamento dos trabalhadores migrantes em Moçambique em resposta a um relatório sobre a situação deste segmento da população, que o ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Joaquim Veríssimo, apresentou no dia 04 deste mês em Genebra.

De acordo com o relatório do Comité da ONU de Trabalhadores Migrantes, as autoridades moçambicanas introduziram mudanças legislativas favoráveis à proteção dos direitos daquele grupo populacional.

No documento, é realçado o esforço de Moçambique para impedir o trabalho forçado.

Apesar dos progressos, o comité nota, no entanto, que alguns trabalhadores, sobretudo indocumentados, são vítimas de exploração sexual e laboral, incluindo trabalho forçado nas minas, agricultura, manufatura, turismo e setor doméstico.

Aquele organismo das Nações Unidas refere estar preocupado com “o grande número de crianças migrantes expostas a condições de trabalho perigosas, trabalhando em minas, construção, pedreiras, mercados ou trabalhadores domésticos e sexuais”.

O relatório destaca a expulsão de centenas de trabalhadores que trabalhavam em minas na província de Cabo Delgado, norte do país, em fevereiro do ano passado, e que terão sido sujeitos a detenção arbitrária, extorsão e expulsão.

Nesse sentido, o país deve instaurar “mecanismos que permitem avaliar se as deportações de trabalhadores migrantes acontecem cumprindo os requisitos internacionais”.

O relatório assinala que Moçambique tem acordos de cooperação com África do Sul, Brasil e Portugal no capítulo da proteção dos trabalhadores migrantes, mas considera que o país deve assinar outros acordos bilaterais e multilaterais para melhorar o respeito pelos direitos migrantes.

Em relação ao tráfico humano, os especialistas mostram-se preocupados com a falta de acusações e julgamentos, enfatizando que “alguns traficantes beneficiam de cumplicidade por parte da forca policial moçambicana”.

O relatório faz parte de uma avaliação periódica feita a todos os estados signatários da Convenção Internacional para os Direitos dos Trabalhadores Migrantes e Membros das Suas Famílias.

O documento diz que 17.935 trabalhadores migrantes entraram em Moçambique em 2017 de forma legal.

No mesmo ano, 858 trabalhadores estrangeiros foram contratados de forma ilegal ou suspensos.

Lusa

Partilhar
Publicado por
Lusa

Artigos relacionados

Números do Euromilhões de hoje: Chave de sexta-feira, 10 de maio de 2024

Conheça os resultados do sorteio do Euromilhões. Veja os números do Euromilhões de 10 de…

há % dias

Emprego atinge máximo histórico em Portugal apesar do aumento na taxa de desemprego

A Randstad Portugal acaba de publicar a sua análise aos resultados do Inquérito ao Emprego…

há % dias

Euro Dreams resultados: Chave do EuroDreams de quinta-feira

Euro Dreams Resultados Portugal: A mais recente chave do EuroDreams é revelada hoje. Conheça os…

há % dias

10 de maio, começa a Bücherverbrennung, a queima de livros nazi

A Bücherverbrennung, que em português significa “queima de livros”, começou a 10 de maio de…

há % dias

Mais de metade dos portugueses não sabe qual é o valor normal de Índice de Massa Corporal

A Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) está a divulgar os resultados do estudo “Os portugueses…

há % dias

9 de maio, é apresentada ‘Declaração de Schuman’, génese da União Europeia

Nove de maio é dia da Europa, que em 1950 conhece a ‘Declaração de Schuman’, documento…

há % dias