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ONU apela ao direito ao aborto nos países afetados pelo vírus Zika

Nações Unidas Zika AbortoZeid Ra’ad Al Hussein, alto-comissário de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), defendeu nesta sexta-feira que os países que enfrentem o surto de Zika permitam o aborto em mulheres infetadas pelo vírus, que está associado a um aumento de casos de bebés com microcefalia.

O aborto deve ser um direito, no caso das mulheres que estejam infetadas com o vírus Zica, defende Zeid Ra’ad Al Hussein.

O alto-comissário de Direitos Humanos da ONU junta a sua voz a uma tese que vem ganhando força, em virtude da associação do vírus ao nascimento de bebés com microcefalia.

De acordo com Al Hussein, permitir a interrupção voluntária da gravidez é uma questão de “direitos humanos”, que não pode ser colocada de parte, num contexto de avanço da doença e numa situação de emergência.

O alto-comissário considera, por outro lado, que legalizar o aborto nestas situações é, por outro lado, uma forma de defender a saúde pública, para que o combate ao Zika seja efetivo.

“Para combater este problema é necessário que os governos assegurem às mães, aos homens e a adolescentes o acesso a todas as informações relativas à saúde reprodutiva. E isto tem de ser feito de forma abrangente, sem qualquer tipo de discriminação”, considerou Zeid Ra’ad Al Hussein, numa conferência de realizada em Genebra

Além de defender o abordo, aquele porta-voz da ONU considera essencial que questões como a contraceção, a distribuição gratuita da pílula e a saúde materna estejam na agenda das autoridades.

“Para travar a epidemia do Zika, os governos da América Latina enfrentam esse grande desafio. A orientação dos governos para que mulheres adiem a gravidez ignora a realidade. Muitas delas não têm meios para controlar ou evitar a gravidez”, assinala ainda.

Também a ONU emitiu um comunicado onde segue o mesmo raciocínio do alto-comissariado da ACNUR, no sentido de que a saúde pública seja defendida em paralelo com o respeito dos direitos humanos.

As Nações Unidas esclarece, por outro lado, que continuam a ser feitas investigações, no sentido de analisar uma relação entre o vírus Zika e a microcefalia, ou o síndrome de Guillain-Barré.

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