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ONU alarmada com aumento das violações dos direitos humanos no mundo

O secretário-geral da ONU, António Guterres, admitiu hoje estar alarmado com o crescimento do número de violações aos direitos humanos em todo o mundo, especialmente em relação às mulheres.

“Os direitos humanos enfrentam desafios crescentes”, afirmou Guterres na abertura da sessão anual do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, acrescentando “que nenhum país está a salvo”.

“Os medos estão a aumentar” e “os direitos humanos estão sob ataque” em todo o lado, acrescentou o secretário-geral das Nações Unidas, pedindo à comunidade internacional que “tome ações” para reverter essa tendência.

No seu discurso, a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, também pediu ações urgentes para evitar deixar os “jovens e os seus filhos num incêndio gigantesco e incontrolável de crises de direitos humanos que se misturam e agravam”.

Embora não tenha mencionado nenhum país em particular no seu discurso, António Guterres fez referência a situações como o conflito na Síria ou a situação dos migrantes que querem ir para a Europa.

Guterres sublinhou o caso “de civis presos em regiões devastadas pela guerra, famintos e bombardeados à revelia do direito internacional” e denunciou o “tráfico de seres humanos, que afeta todas as regiões do mundo”.

O secretário-geral das Nações Unidas mostrou particular preocupação com “os recuos registados nos direitos das mulheres, os níveis alarmantes de feminicídios, os ataques contra os defensores dos direitos das mulheres e a persistência de leis e políticas que perpetuam a submissão e exclusão” das mulheres.

“A violência contra mulheres e meninas é a violação mais generalizada dos direitos humanos”, sublinhou, acrescentando que “as leis repressivas estão a aumentar, com restrições crescentes à liberdade de expressão, de religião, de participação, de reunião e de associação”.

Guterres aludiu ainda ao crescimento do populismo, lamentando uma “aritmética política perversa” que consiste em “dividir as populações para multiplicar os votos” e “minar o Estado de Direito”.

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